Sindicato pressiona e Itaú vai discutir horário estendido na quinta-feira (13)

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Agência Conjunto Nacional: poucos funcionários e muita demanda

 

Em resposta à série de manifestações do movimento sindical contra a decisão unilateral do Itaú de ampliar o horário de agências, o banco agendou nesta segunda-feira (10) uma negociação com o Sindicato e a Contraf-CUT para discutir o assunto. A reunião será realizada na quinta-feira (13), às 9h, em São Paulo.

 

Desde o dia 27 de agosto, agências em todo o país estão funcionando de 9h às 20h. Segundo o banco, o objetivo é que o número chegue a 1,5 mil unidades com horário estendido no Brasil inteiro. Em Brasília, 11 agências já estão funcionando dentro desse novo formato. Sem novas contratações – pelo contrário, o Itaú insiste em dar continuidade às demissões imotivadas – o Sindicato vem realizando diversas manifestações, com a paralisação dessas agências, para forçar a instituição a resolver a situação.

Apesar de registrar lucro de R$ 7,12 bilhões somente no primeiro semestre de 2012, o banco fechou mais de 9 mil postos de trabalho num intervalo de apenas 12 meses. Em decorrência do número insuficiente de funcionários, e por conta do horário estendido, o Itaú está obrigando funcionários a trabalhar até 12 horas por dia.

Segundo o diretor do Sindicato Washington Henrique, que também é funcionário da instituição financeira, para ocorrer a ampliação de horário o banco precisa melhorar as condições de trabalho, atendendo às reivindicações dos bancários por mais contratações, com dois turnos de trabalho, por exemplo. “Só assim será possível estender a prestação de serviços aos clientes, gerar mais empregos e melhorar as condições laborais”, destacou.

“Enquanto o Itaú não contratar mais bancários e reforçar a segurança em todas as agências, o Sindicato realizará protestos para pressionar e denunciar aos clientes e usuários que o banco não oferece condições dignas de trabalho e nem segurança aos trabalhadores e frequentadores das unidades”, afirmou a secretária de Assuntos com a Comunidade do Sindicato e bancária do Itaú, Louraci Morais.

 

Insegurança

Com duas agências do Itaú com horário ampliado, o SCS é conhecido por ser uma região de tráfico de drogas e de prostituição. Um dos corredores financeiros da capital federal, o setor tem alto índice de criminalidade. Há poucos dias, um morador de rua foi encontrado morto nas proximidades das agências do banco.

“Se no horário antigo (entre 17h e 18h) eu já tinha medo de andar pelo SCS, imagine agora que sou obrigada a sair depois das 20h?”, revelou uma bancária que preferiu não se identificar. “O SCS é inseguro e não conta com rondas da polícia”, acrescentou.

Também foi registrado um caso do crime de ‘saidinha de banco’ na agência da 516 Sul.

Além de não se preocupar com a segurança dos seus funcionários, o Itaú também fecha os olhos para a integridade física de seus clientes. Isso porque o banco não está garantido a presença mínima de dois vigilantes para a abertura das agências com horário ampliado.

“Não permitiremos que as agências funcionem precariamente. Os funcionários e os clientes não podem ser expostos dessa forma pelo banco. Se quer ampliar o horário, o Itaú deve reforçar o número de vigilantes”, destacou o secretário de Administração do Sindicato, Edmilson Lacerda, que também é bancário do Itaú.

Discriminação

Não bastasse isso, o Itaú também está discriminando os não correntistas, ao estender o horário apenas aos clientes da instituição financeira.

“Quando estende o seu horário de atendimento apenas para correntistas, o Itaú descumpre norma do Banco Central”, observou Edmilson Lacerda. “O banco também condiciona o atendimento para operações acima de R$ 5 mil, o que também não é permitido pelo BC, uma vez que banco é concessão pública e não pode discriminar no atendimento”, acrescentou o dirigente sindical.

Pricilla Beine com informações da Contraf-CUT