Sindicato participa de ato para exigir redução de juros e contra a PEC 65

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O Sindicato participou, juntamente com a Contraf-CUT, CUT-DF, demais sindicatos e diversos movimentos sociais, de manifestação em frente à sede do Banco Central, nesta quarta-feira (18), para conscientizar a população sobre os impactos negativos da taxa básica de juros (Selic) praticada pela instituição e exigir do Comitê de Política Monetária (Copom) a sua queda.

Os sindicalistas também protestaram contra o Projeto de Emenda à Constituição (PEC) 65, que estava sendo debatido em audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, no mesmo horário. De autoria do senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), o texto concede autonomia financeira e orçamentária à autoridade monetária.

Para o movimento sindical, o projeto pretende tornar o BC ainda mais vinculado ao mercado e aos banqueiros. Eles argumentam que a taxa Selic impõe aos brasileiros a maior taxa de juros de todos os países do mundo, de 10,50% ao ano. E garantiram continuar mobilizados na luta contra a alta taxa e convoca a população a se unir à mobilização.

“Nós queremos lembrar ao presidente do Banco Central, Campos Neto, nomeado pelo governo anterior, que a lei que dá autonomia ao BC exige dois pilares – que a inflação esteja dentro da meta estabelecida pelo Copom e o desenvolvimento do crescimento do país. E esses dois pilares não foram cumpridos pelo senhor Campos Neto, por falta de competência. Portanto, se o senhor não tem competência, joga o boné, saia e passe o bastão”, enfatizou o diretor do Sindicato José Wilson.

E acrescentou: “O povo brasileiro decidiu mudar o país em 2022. O novo governo está estabelecido democraticamente, com uma nova linha de política econômica. E o senhor Campos Neto é o boicotador da vontade do povo. O país não está crescendo o quanto poderia crescer o não consegue cumprir a meta inflacionária. Por isso, exigimos o cumprimento da lei. Fora Campos Neto! Juros baixos já! E não à PEC 65!

Rafael Guimarães, diretor do Sindicato, ressaltou que ganância é o maior gerador de fome e guerra do mundo. “E esses juros altos que estão sendo celebrados pelo BC só servem a bilionários. Pedimos ao povo para somar nas redes ‘Fora Campos Neto’ e ‘Baixa dos Juros Já’.

Na opinião de Jefferson Meira (Jefão), secretário de Relações do Trabalho da Contraf-CUT, Campos Neto tem dificultado o crescimento do país. “Uma política de juros altos sabota a economia brasileira. Nós queremos que o presidente do BC pendure as chuteiras, saia do banco e vá para a iniciativa privada de onde ele veio e deixe o país e a política econômica do governo federal em paz”.

Secretário-geral do Sindicato, Raimundo Dantas também criticou a PEC 65 que, segundo ele, é um retrocesso principalmente para os funcionários do BC, que passam a ser celetistas. “Esse retrocesso vem prejudicar também toda a sociedade brasileira porque o banco passa a ter uma autonomia e a ser supervisionado por parlamentares. É uma medida arbitrária, uma vez que pode surgir interesses de deputados e senadores nos atos especulativos do mercado financeiro”, avaliou.

Deputados querem explicação de Campos

Os deputados Rogério Correa (PT/MG) e Merlong Solano (PT/PI) apresentaram, também na terça-feira (18), requerimentos convocando Roberto Campos a comparecer às comissões às comissões de Administração e Serviço Público e Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, fim de realizar uma avaliação do cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetárias, creditícia e cambial, evidenciando o impacto e o custo fiscal de suas operações e os resultados demonstrados nos balanços, bem como oferecer explicações sobre a sua atuação e possíveis conflitos de interesse.

“O objetivo da convocação do presidente do BC é para que ele possa explicar o porquê desses política monetária em que num cenário de inflação controlada, o país crescendo, o desemprego diminuindo e ele continua insistindo em juros altíssimos além do conflito de interesses em que se envolveu praticamente usando o cargo como trampolim político para si e seus aliado”, destaca Jeferson Meira.

Mariluce Fernandes
Com Seeb-Brasília