Sindicato paralisa agências do Banco do Brasil

0

O Sindicato tem realizado diversas atividades contra a política de metas imposta aos funcionários das agências do Banco do Brasil. Na semana passada, os bancários do BB retardaram a abertura das agências Postalis (SCS), Asa Sul 516, Taguatinga Norte, Sudoeste e Conjunto Nacional. Nas manifestações, o Sindicato distribuiu nota à população explicando os motivos do retardamento das agências e as reivindicações históricas da categoria como abertura das agências de 9h às 17h, com jornada de 5 horas e dois turnos de trabalho (matutino e vespertino).

Também foram realizadas reuniões com os funcionários das dependências para ouvir sugestões e esclarecer dúvidas e atividades culturais retratando o cotidiano bancário. “As atividades foram importantes para informar a população sobre os problemas ocorridos no BB e alertar a direção do banco sobre a necessidade de rever sua política de metas que tanto maltrata o funcionalismo”, afirma Rodrigo Britto, diretor do Sindicato.

Sinergia

Embora a direção do BB defenda o programa de metas Sinergia, o Sindicato questiona sua política e forma de implementação. A quantidade de reclamações, denúncias e questionamentos do funcionalismo contra esta política aumentou de forma alarmante.

É necessário um debate profundo sobre a qualidade de vida, condições de trabalho do bancário e os problemas que o Sinergia traz para o funcionalismo. Por isso, a Comissão de Empresa se reúne esta semana com o diretor de Distribuição, Milton Luciano. “Esperamos que nesta reunião sejam assumidos compromissos pela direção do BB no intuito de melhorar o clima nas agências em todo o país, com mais respeito e valorização dos funcionários que são a vitrine do banco”, pondera Eduardo Araújo, representante da Fetec/CN na Comissão de Empresa e diretor do Sindicato.

Dotação

Um dos graves problemas que há atualmente no BB é a necessidade de mais funcionários. Somente em Brasília existem mais de 320 vagas disponíveis para novos colegas na rede de agências. Também necessita uma revisão imediata na dotação das dependências. Na medida em que estes funcionários forem transferidos, as agências serão prejudicadas, pois não ocorrerá substituição.

“O Sindicato solicita a atualização do número de dotação pelo de lotação nestes casos, para não prejudicar ainda mais as condições de trabalho e piorar a qualidade de vida dos bancários destas agências e o imediato preenchimento das vagas em aberto nas demais dependências”, esclarece o diretor do Sindicato Rafael Zanon.

Saúde/Qualidade de vida

Um dos principais temas a serem tratados pelo Sindicato é a saúde do bancário. A bandeira da redução da jornada para 5 horas diárias colabora na melhoria da qualidade de vida e ajuda no combate a doenças como LER/Dort. Com esta jornada, os colegas teriam mais tempo para cuidar de suas demandas pessoais, praticar atividades físicas e relaxar a mente do estresse diário causado pela preocupação de cumprir as metas. “Com o intuito de melhorar a saúde do trabalhador, o Sindicato coloca a disposição os serviços de sua Secretaria de Saúde e convida todos os bancários para participarem da Sipat que ocorrerá entre os dias 29 de maio e 4 de junho”, lembra José Pacheco, secretário de Saúde do Sindicato.

Vale transporte

Parece até piada, mas é verdade. Com tantas questões importantes para serem tratadas na rede de agências, o BB coloca seus gestores para fiscalizarem o uso dos vale-transportes. Diversos colegas entraram em contato com o Sindicato relatando o fato. O Sindicato já tinha divulgado matéria sobre o assunto, mas parece que não adiantou e o acúmulo de função vai continuar. A reinvindicação agora é outra, que seja agregado ao salário dos administradores o valor referente ao serviço de bedel.

Interpelações

A Secretaria de Assuntos Jurídicos do Sindicato reafirma a necessidade de todos os bancários que receberem interpelações (pedidos de informações e inquéritos administrativos) agendarem horário para atendimento com seus advogados. O Sindicato presta atendimento jurídico todos os dias em sua sede no período matutino. “É de grande importância o acompanhamento das interpelações por parte dos advogados e diretores do Sindicato. Desta forma, o bancário terá maior respaldo no momento de realizar sua defesa perante os bancos, não sendo prejudicado no julgamento das interpelações”, afirma Carlos Evaristo, Secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato.

PCS/PCC – Reclassificação de agências

Um fato de grande relevância nas negociações do Sindicato em relação ao novo PCS/PCC é o fim da discriminação existente entre gerentes que trabalham em agências de níveis diferentes.

A classificação de agências não pode ser utilizada como meio de diferenciação salarial, mas como forma de avaliar critérios para adequar a dependência ao seu público, servindo de apoio e logística. “O Sindicato não pode aceitar funcionários que realizam o mesmo trabalho, possuem as mesmas atribuições e sofrem as mesmas cobranças recebendo comissões diferenciadas. Isto é uma injustiça que pode ser corrigida com adaptações no PCC/PCS ou com reformas no modelo de classificação de agências”, avisa Eduardo Araújo, diretor do Sindicato.

Sindicato se reúne com a Super-DF

Para discutir as paralisações, o Sindicato se reuniu no dia 25 de abril com a Super-DF, que se comprometeu a rever os casos de descomissionamento por desempenho. Assédio moral, clima organizacional e qualidade do trabalho também foram temas discutidos durante o encontro.

A Super-DF garantiu ainda que vai tratar de assuntos pontuais em reuniões mensais com o Sindicato.
“O Sindicato manteve o posicionamento de realizar manifestações nas agências contra a política de metas da Diretoria de Distribuição. Essa é a forma de mostramos ao banco o descontentamento do funcionalismo”, afirma Rodrigo Britto.