Sindicato mobilizado no Dia Nacional de Luta contra as demissões em massa no Itaú

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Sindicatos em todo o país promoveram nesta quarta-feira (17) um dia nacional de luta contra as demissões em massa no Itaú, com manifestações em frente a agências e centros administrativos. A mobilização cobrou a reversão dos desligamentos, uma retratação pública do banco e o compromisso de abrir negociações transparentes para preservar empregos e melhorar as condições de trabalho. Em Brasília, dirigentes percorreram unidades do banco, dialogando com clientes, trabalhadores e a comunidade.

O Itaú anunciou na semana passada cerca de mil demissões de bancários e bancárias em regime de home office ou híbrido, atingindo principalmente trabalhadores das áreas tecnológicas em São Paulo, como o Centro Tecnológico, o CEIC e a Faria Lima. A decisão, tomada sem diálogo com os sindicatos, provocou forte indignação entre empregados e a sociedade.

O corte é injustificável, sobretudo diante dos resultados financeiros expressivos do banco. No último semestre, o Itaú lucrou mais de vinte e dois bilhões de reais, consolidando-se como a maior instituição financeira privada do país. Para as entidades, os avanços tecnológicos e os lucros bilionários do Itaú deveriam servir para ampliar postos e qualificar o atendimento, e não para justificar cortes que precarizam o serviço e desrespeitam os direitos da categoria.

Nesse sentido, o Sindicato criticou o uso de supostos indicadores de produtividade, baseados em cliques e mecanismos de vigilância digital, para justificar os desligamentos. “Se havia problemas de desempenho, por que não foram tratados antes? Não aceitaremos que bancários sejam expostos e punidos para atender apenas aos interesses do lucro”, afirma Sandro Oliveira, diretor do Sindicato.

Impactos sociais

Além de retirar o emprego de centenas de pais e mães de família, as demissões também impactam diretamente a população. A redução de postos provoca queda na qualidade do atendimento, tanto presencial quanto digital, aumenta o tempo de espera nas agências, caixas e centrais e dificulta o acesso de idosos e pessoas com pouca familiaridade com canais virtuais. Para os bancários que permanecem, a sobrecarga de trabalho cresce, ampliando o risco de falhas, erros e até fraudes, comprometendo o serviço oferecido aos clientes.

Segundo Washington Henrique, diretor da Fetec-CUT/CN, as ações organizadas na capital mostram a determinação da categoria. “Hoje tivemos mais um dia de luta nacional nas agências e prédios do Itaú. Percorremos várias cidades-satélites denunciando o descaso com mil trabalhadores. Levamos o problema à comunidade, aos clientes e também aos funcionários. O banco fez essas demissões sem sequer comunicar previamente os sindicatos. Tivemos reuniões solicitando que o Itaú revertesse as dispensas, mas a direção manteve a decisão. Diante dessa intransigência, vamos mobilizar parlamentares, denunciar e fortalecer a comunicação com a sociedade.”

Ele acrescentou que novas iniciativas estão sendo preparadas: “As ações planejadas pelo sindicato incluem rodar as agências, promover manifestações e paralisações, além de denunciar ao Ministério Público o que aconteceu com esses trabalhadores, pais e mães de família. Respeite, Itaú, respeite seus trabalhadores, respeite seus funcionários e clientes.”

Victor Queiroz
Colaboração para o Sindicato