Sindicato leva a Campanha a 42 agências e PABs de Taguatinga e cobra mais responsabilidade dos bancos

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Nesta quarta-feira (22), mesmo dia em que foi realizada a terceira rodada de negociação entre o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), os bancários de Brasília levaram a campanha ‘Chega de truques, banqueiro!’ a Taguatinga. Mobilizados, os trabalhadores realizaram atos em 42 agências e postos de atendimento bancário (PABs) e cobraram mais responsabilidade social das instituições financeiras em relação às condições de trabalho e de atendimento e às tarifas cobradas dos clientes.

 

 

Durante as manifestações pelas ruas e unidades bancárias de Taguatinga, os dirigentes sindicais lembraram que os seis maiores bancos que atuam no país lucraram R$ 25,2 bilhões no primeiro semestre deste ano, 1,20% mais que o resultado em igual período de 2011, mesmo com a manobra contábil de superdimensionar as provisões para devedores duvidosos diante de uma inadimplência estável e com viés de queda.

 

 

“Com tanto dinheiro em caixa, os bancos não podem utilizar como desculpa a crise financeira internacional e a inadimplência para negar reajuste acima da inflação, melhorias na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), o combate ao assédio moral e às metas abusivas. Chega de truques, banqueiro!”, destacou a diretora do Sindicato e da Contraf-CUT, Fabiana Uehara.

Protesto com arte

 

Desde 1º de agosto, quando a Campanha Nacional 2012 foi lançada pelo Sindicato, artistas locais estão encenando o embate entre banqueiros e bancários. Vestida de capa preta e usando cartola, a Mister Mobilização, personagem criada pelo Sindicato, revelou aos funcionários, clientes e usuários das agências bancárias de Taguatinga os truques dos banqueiros. A esquete teatral contou com a participação do flautista Leandro Barcelos e dos atores Oséias Oliveira, Joana Carvalho, Thaísa Santos e Camila Paula.

 

 

Para o secretário de Administração do Sindicato, Edmilson Lacerda, os truques dos banqueiros prejudicam tanto os bancários quanto os clientes e usuários do sistema financeiro. “Essa campanha não é somente dos trabalhadores. É também destinada àqueles que são explorados diariamente pelos bancos”, frisou.

 

 

“Chega de truque com o salário: queremos aumento real; chega de truque com os direitos: queremos vales refeição e alimentação maiores; chega de truque com o emprego: pelo fim da terceirização; chega de truque com a saúde: pelo fim das metas abusivas e do assédio moral”, completou o diretor do Sindicato Márcio Teixeira.

 

Em todos os atos realizados pelo Sindicato, a população apoiou e concordou com as reivindicações dos bancários. “Estamos do lado de vocês, clientes e usuários. Os bancos demitem bancários e empurram vocês para as casas lotéricas, lojas de conveniência e terminais de autoatendimento”, destacou o secretário de Comunicação e Divulgação do Sindicato, Jeferson Meira.

 

Em virtude do atual estágio das negociações e das seguidas negativas dos banqueiros, os diretores do Sindicato pediram aos bancários que intensifiquem a mobilização. “Com a participação em massa de todos vocês, colegas, teremos mais chances de sairmos vitoriosos da Campanha”, salientou o secretário de Finanças do Sindicato, Wandeir Severo.

Banqueiros prometem presente aos bancários

 

Ao final da terceira rodada de negociações, realizada em São Paulo, os bancos informaram que apresentarão na próxima terça-feira (28), às 10h, uma proposta global para as demandas da categoria. “Será um presente para o Dia dos Bancários”, disseram os banqueiros.

 

“Estamos aqui para cobrar dos bancos maior responsabilidade social com os bancários e com os clientes e usuários do sistema financeiro. É inadmissível que as instituições continuem negando reivindicações importantes para os trabalhadores, que são os verdadeiros responsáveis pelo lucro dessas instituições”, afirmou o presidente do Sindicato e da Central Única dos Trabalhadores do Distrito Federal (CUT-DF), Rodrigo Britto.

O que os bancários querem

 

Confira, abaixo, as principais reivindicações dos bancários:

 

* Reajuste salarial de 10,25%, o que significa 5% de aumento real acima da inflação projetada de 4,97%.
* PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fixos.
* Piso da categoria de R$ 2.416,38.
* Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
* Auxílio-educação para graduação e pós-graduação.
* Auxílio-refeição e vale-alimentação, cada um igual ao salário mínimo nacional (R$ 622,00).
* Emprego: aumentar as contratações, acabar com a rotatividade, fim das terceirizações, aprovação da Convenção 158 da OIT (que inibe demissões imotivadas) e ampliação da inclusão bancária.
* Cumprimento da jornada de 6 horas para todos.
* Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral para preservar a saúde dos bancários.
* Mais segurança nas agências e postos bancários.
* Previdência complementar para todos os trabalhadores.
* Contratação total da remuneração, o que inclui a parte variável da remuneração.
* Igualdade de oportunidades.

 

Rodrigo Couto
Do Seeb Brasília