Sindicato lança a Cartilha Assédio Sexual no Trabalho

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Preocupado com os danos que o assédio sexual causa à pessoa assediada e à coletividade de trabalhadores, o Sindicato dos Bancários de Brasília aderiu à Campanha de Prevenção e Combate ao Assédio Sexual. Na sexta-feira (15), o Sindicato promoveu o lançamento da cartilha sobre o tema, um dos instrumentos desta luta, que traz orientações para acabar com essa violência que atinge milhares de mulheres.

Clique aqui para baixar a cartilha.

“Rompa o silêncio, que é o pai dos grandes males” é a primeira dica da publicação, que também orienta: “Saia de uma posição submissa para uma atitude mais ativa”. 

A cartilha mostra de forma didática o que é e como se dá o assédio sexual no trabalho, as consequências para as mulheres, que muitas vezes perdem o emprego por dizer não ao assediador, questões legais envolvidas e os impactos no ambiente de trabalho e sobre saúde mental da mulher assediada. 

O tema tem forte apelo na sociedade, a opressão à mulher é parte do cotidiano das trabalhadoras. Passa pela violência doméstica, pelo assédio sexual no transporte público e os ambientes de trabalho também não saem ilesos disso. As bancárias, além de muitas vezes terem sua imagem usada para a venda de produtos, também estão expostas ao assédio sexual por parte de superiores hierárquicos.

Ao destacar a importância da Cartilha Assédio Sexual no Trabalho, o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, garantiu que vai colocar à disposição toda a estrutura necessária para a divulgação da cartilha que, segundo ele, vai chegar “não só para toda a categoria bancária, mas também em todos os ambientes em que a gente possa circular, desde nossas casas até os clubes”.

A secretária de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Coletivo Nacional de Mulheres, Deise Recoaro, parabenizou o Sindicato dos Bancários de Brasília pela adesão imediata à campanha nacional e por ser o primeiro sindicato a solicitar 15 mil exemplares para divulgar na capital federal.
“É uma atitude corajosa, pois sabemos que este tema é polêmico, é tabu, e o Sindicato está abrindo as portas, indo aos locais de trabalho, fazendo a sua distribuição e iniciando debates. E quem ganha com isso é a classe trabalhadora”, ressaltou.
Na opinião de Simone Schaffer, coordenadora-geral de Autonomia Econômica das Mulheres da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, mulher é produto de uma construção histórica que traz uma estreita relação das categorias de gênero e classe. Ela acredita que a partir do ingresso da mulher no mercado de trabalho, como vítima, ela passa a ser hostilizada e desrespeitada em seu local de trabalho. “Como consequência, o medo do desemprego acarreta em problemas de saúde e baixa produtividade. E essa pressão tem componente de extrema violência moral”, avaliou, ao reforçar a importância da campanha. 

O presidente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), José Avelino, também falou da importância em derrotar o assédio sexual no trabalho que, segundo ele, é parte integrante da luta pela igualdade de direitos entre homens e mulheres. E se colocou à disposição para dar sua contribuição no que for necessário.
Desumanização
Ao parabenizar o Sindicato pelo lançamento da cartilha, a deputada federal Erika Kokay (PT-DF), que é bancária e ex-presidenta do Sindicato e da CUT Brasília, assinalou que a publicação é um instrumento muito poderoso para identificar e desconstruir o assédio sexual no mundo do trabalho. “As mulheres são as maiores vítimas dessa violência, que é a expressão de uma desumanização. Por isso, identificá-lo e combatê-lo é fundamental”, reforçou.
Para a secretária de Mulheres Trabalhadoras da Central Única dos Trabalhadores de Brasília (CUT Brasília), Maria da Graça de Sousa, a iniciativa do Sindicato de divulgar a cartilha é de suma importância no combate ao assédio sexual. “E é importante que todos nós, homens, mulheres, do conjunto do movimento sindical, tenham consciência e divulguem este material”, frisou.
 
Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília

Cartilha assedio sexual