Bancários do Itaú Unibanco de todo o país saíram às ruas nesta terça-feira (19) contra a onda de demissões promovida pela empresa. Em Brasília, com o apoio do Sindicato, os bancários paralisaram até o meio-dia as atividades das duas agências do shopping Gilberto Salomão, no Lago Sul. Os protestos fazem parte do Dia Nacional de Luta.
“Fizemos o ato justamente nessas agências porque uma bancária que trabalhava em uma delas foi demitida neste mês. Ela já tinha quatro anos de banco. Era mais uma vítima da sobrecarga e das más condições de trabalho, tendo que dar conta do atendimento de muitos clientes e usuários, que, por sua vez, são obrigados a enfrentar longas filas por causa da falta de funcionários”, frisa Washington Henrique, diretor do Sindicato.
As paralisações contaram com o apoio da população. Os diretores do Sindicato Sandro Oliveira, Washington Henrique e Edmilson Lacerda conversaram com clientes e usuários sobre as inúmeras demissões e a falta de condições de trabalho e atendimento e o que o movimento sindical tem feito para fazer frente a essa postura do banco. “Uma cliente veio conversar com a gente para nos parabenizar por estarmos defendo o emprego dos bancários e por reivindicarmos mais qualidade no atendimento para a população”, conta Edmilson.
Os bancários prometem não recuar enquanto o banco não pôr fim às demissões. Os protestos estão ocorrendo desde maio e sendo intensificados em julho. Além do Lago Sul, já foram percorridas agências de Taguatinga, Asa Norte, Guará, Núcleo Bandeirante e Sudoeste.
Falta de palavra
Segundo levantamento feio pelos sindicatos, quase 4 mil bancários, em todo o Brasil, foram demitidos somente no primeiro semestre deste ano. Reportagem da edição da revista Exame Finanças do dia 15 de junho mostra que a instituição financeira de fato iniciou um duro programa de corte de custos e reorganização interna “para atingir o grau de eficiência que seus acionistas esperam”, dando início a uma severa política de rotatividade.
Os números vão contra a declaração do presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setúbal, feita à época da fusão entre os dois bancos, em 2008, de que não aconteceriam demissões. O compromisso de que o emprego dos trabalhadores seria mantido também foi assumido em diversas mesas de negociações com os sindicatos.
Denuncie
O Sindicato orienta os bancários que denunciem irregularidades em decorrência das condições inadequadas de trabalho, como situações de assédio moral por conta da pressão pelo cumprimento de metas. O telefone do Sindicato é 3262-9090.
Thaís Rohrer
Do Seeb Brasília
