Sindicato discute assédio moral e mais contratações com a Gerência Regional do Bradesco

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Recorrência de casos de assédio moral, férias reduzidas, falta de bancários e campanha de valorização dos funcionários. Esses foram os principais assuntos discutidos na reunião do Sindicato com a Gerência Regional do Bradesco, nesta quarta-feira 6, em Brasília.

Participaram da reunião os diretores do Sindicato Márcio Teixeira, Garcia Rocha, a secretária de Saúde e Condições de Trabalho, Fabiana Uehara, o psicólogo Vitor Barros Rego, responsável pela Clínica do Trabalho do Sindicato, além do diretor da Fetec Centro Norte José Avelino. Pelo Bradesco, estiveram presentes o diretor de Recursos Humanos e Relações Sindicais, Geraldo Grando, e o gerente regional Mário Blanquer Coll.

Casos de bancários que sofreram assédio moral de gerentes que já têm histórico dessas reclamações foram apresentados pelo psicólogo Victor Barros. Segundo ele, pessoas sem registros anteriores de problemas de saúde e que trabalham no banco há mais de 20 anos começaram a apresentar atestados de estresse e problemas cardíacos após a mudança na gestão da agência. A promessa do gerente regional, Mário Blanquer Coll, é de se reunir com os gerentes e cobrar mudanças urgentes. 

Os diretores do Sindicato cobraram também o enquadramento do Bradesco à Lei 8.213/91, que visa a contratação de 2% a 5% de funcionários portadores de deficiência e a reabilitação de bancários que sofreram algum tipo de transtorno mental ou físico. Márcio Teixeira, diretor do Sindicato e representante na CUT-DF para assuntos relacionados à discriminação racial, orientação sexual e pessoas com deficiência, reforçou a necessidade de tratamento diferenciado para essas pessoas, que comumente são vítimas de discriminação.

Para solucionar esse problema, o Sindicato sugeriu a preparação de toda a equipe para a recepção de um funcionário que está retornando ao quadro com algumas limitações. “Na maioria dos casos, as pessoas que estão voltando sofrem com comentários indevidos que poderiam ser evitados se o gerente soubesse dar um tratamento diferenciado, mas de forma positiva”, enfatizou Fabiana Uehara.

Teixeira também cobrou do banco mais transparência na contratação de pessoas com deficiência, pois segundo ele “não existem nas lotações das agências e departamentos do Bradesco o número mínimo de pessoas com deficiência exigido pela lei, como foi mostrado pelo Mapa da Diversidade da Febraban”.

 

Sobre as denúncias sobre gerentes que estariam obrigando funcionários a tirarem apenas 20 dias de férias também, o diretor do Sindicato Márcio Teixeira descreve como inaceitável esse tipo de prática, que impede os bancários de usufruírem os 30 dias de férias a que têm direito. “A demanda excessiva de trabalho não pode obrigar que o trabalhador abra mão dos seus dias de férias. O gestor da agência deve buscar alternativas que não a retirada desses 10 dias. O que o banco deve fazer é contratar mais funcionários”, explicou o diretor.

O diretor de Recursos Humanos e Relações Sindicais do Bradesco orientou que seja dada preferência para datas menos concorridas e não apenas nos meses de dezembro, janeiro e julho. Se a obrigatoriedade pelo tempo reduzido de férias persistir, os bancários devem procurar o Sindicato e registrar a denúncia, uma vez que a empresa já informou que não está de acordo com esse tipo de prática, que vem ocorrendo apenas em Brasília.

 

Falta de funcionários

A carência no quadro funcional levantou a questão de metas em agências recém abertas e o horário de almoço. Segundo o Sindicato, existem casos de bancários que são obrigados a almoçar até 11h da manhã ou somente depois das 16h para que seja possível atender todos os clientes, além de caixas realizando vendas e pessoas que exercem a mesma função recebendo salários diferentes.

O Bradesco esclareceu que as metas são estipuladas apenas um ano após a abertura da agência e ressaltou que as vendas não devem, de forma alguma, ser realizada por caixas. Sobre o horário de almoço, atribuiu ao gerente a obrigação de administrar o atendimento ao público durante a parada dos funcionários e que não existe nenhuma orientação da empresa para que as pausas sejam realizadas nesses horários específicos. Explicou também que existe uma faixa salarial para cada função e que, nesse caso, os vencimentos de pessoas com o mesmo cargo variam de acordo com o desempenho.

Sobre o horário de almoço o diretor da Fetec-CN, José Avelino, diz que o banco tem que se programar para que o funcionário não saia perdendo. “O direto é um intervalo para almoço, não para café da manha ou lanche da tarde. É um absurdo que até o tempo reservado para alimentação dos bancários seja prejudicada em prol dos lucros dos bancos”, afirma.

Cursos

Casos de bancários que têm sido assediados por gerentes para que participem do Treinet (cursos de capacitação profissional gratuito oferecido pelo Bradesco) fora do expediente bancário também continuam chegando ao Sindicato. A orientação de Mário Blanquer, gerente regional, é que seja combinado o horário com a administração da agência. Caso a pressão continue, o diretor Garcia Rocha orienta que seja imediatamente denunciado ao Sindicato.

 

FFC

 

O último levantamento sobre o dinheiro da Fundação Francisco Conde (extinto BCN) realizado em outubro de 2010 apontou que, atualmente, o total das aplicações chega a R$ 82 milhões. O assunto também foi discutido, mas segundo os representantes do Bradesco, ainda não foi possível realizar nenhum acordo. Para mais informações, entre em contato com o diretor do Sindicato e ex-funcionário do BCN, Márcio Teixeira (8101-8300).

Pricilla Beine
Do Seeb Brasília