Sindicato condena atitude do Santander em campanha de doações

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O Sindicato está cobrando do Santander mudança de procedimento no pedido de doação feito aos funcionários na campanha “Sonhos que transformam”. O entendimento é de que os bancários e bancárias estão sendo submetidos a constrangimento.

O banco criou a campanha para que seus funcionários façam doações para instituições beneficentes por eles escolhidas.  As doações são de 1% da remuneração variável, incluindo a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) que será creditada em fevereiro de 2020.

Pelo procedimento adotado pelo Santander, o funcionário precisa acessar a página do programa e dizer se quer ou não doar parte de sua remuneração variável. Para o Sindicato, o problema está em fazer com que o empregado que não quer doar seja obrigado a entrar no site a marcar a opção “Não”.

“Isso é uma forma de constranger o funcionário para que ele opte por doar, praticamente uma coação, algo inadmissível”, explica José Anilton, funcionário do Santander e diretor da Fetec-CUT/CN.

Além de forçado a manifestar publicamente a sua opção, o funcionário que não quer doar está encontrando dificuldade em registrar sua decisão. Ao clicar em “Não”, o sistema solicita o CPF e a senha do internet banking, para um retorno de confirmação da negativa. O bancário tem ainda que informar se já participa de outros programas de doação.

Ao mesmo tempo que bota pressão sobre os funcionários, o banco alivia para os seus executivos. Uma das cláusulas do programa diz que o desconto de 1% incidirá sobre todas as verbas pagas, o que exclui parte da remuneração variável recebida em ações do banco por ocupantes de altos cargos, incluindo o de presidente. Assim, o executivo que fizer a doação estará repassando valor inferior a 1% da sua remuneração variável. “Mais que uma injustiça, isso é um abuso contra os trabalhadores”, diz José Anilton.

Da Redação com Contraf-CUT