Sindicato cobra do Itaú Unibanco pagamento linear da Participação nos Resultados (PR)

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O Itaú Unibanco, maior banco privado do país, divulgou que vai pagar no próximo dia 17 de agosto a Participação nos Resultados (PR) somente aos funcionários comissionados que pontuaram no Programa Agir, premiação semestral. O Sindicato insiste em que a instituição reveja sua política de divisão de rendimentos e também contemple os que não atingiram as metas e os outros trabalhadores que ajudaram a empresa a alcançar o extraordinário lucro líquido de R$ 6,4 bilhões no primeiro semestre de 2010.

Disposta a negociar uma divisão justa do montante, a Comissão de Organização dos Empregados do banco (COE Itaú Unibanco) procurou a diretoria do Itaú Unibanco para discutir o programa, mas o banco não aceita discutir a PR com a categoria. “O banco insiste em não nos receber. Não queremos nada além do que temos direito: divisão justa dos lucros. É inadmissível não receber os representantes dos trabalhadores”, afirma Louraci Morais, diretora do Sindicato e funcionária do Itaú Unibanco. 

O Sindicato teve acesso ao informativo interno que informa o pagamento da PR a todos os colaboradores “elegíveis”, incluindo os integrantes do programa Agir. Os “elegíveis” pelo banco são, em sua maioria, os funcionários comissionados que obtiveram pontuação mínima esperada de acordo com as regras de cada programa. “Enquanto os trabalhadores que suam nas agências para bater as metas ficam a ver navios. O banco tem que pagar para todo mundo”, critica Louraci. 

A COE Itaú Unibanco, que representa os trabalhadores nas negociações com a instituição, entende que a PR deve ser distribuída a todos. “O programa é próprio do banco e independente da participação nos lucros e resultados (PLR). Deve haver, sim, uma distribuição linear”, afirma Louraci. Ainda segundo a diretora do Sindicato, o pagamento antecipado dos lucros é um engodo do Itaú Unibanco. “Eles pagam antes e descontam mais tarde no depósito da PLR”, acrescenta a dirigente sindical.