Sindicato apresenta no próximo dia 22 resultados de pesquisa sobre adoecimento da categoria

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No próximo dia 22 de julho (terça-feira), os mais de 27 mil bancários de Brasília vão conhecer os resultados da pesquisa Riscos Psicossociais do Trabalho Bancário, realizada entre novembro de 2013 e abril de 2014. O levantamento faz parte do Programa de Prevenção e Política de Saúde do Trabalhador, iniciativa do Sindicato em parceria com o Grupo de Estudos e Pesquisa em Saúde do Trabalhador (Gepsat), sob a coordenação do Laboratório de Psicodinâmica e Clínica do Trabalho da Universidade de Brasília (UnB).

“Convidamos toda a categoria a participar da divulgação do resultado da pesquisa sobre os riscos psicossociais do trabalho bancário, que servirá para identificar e mapear os indicadores epidemiológicos sobre o adoecimento da categoria”, afirmou o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo.

Durante o evento, intitulado Sofrimento Ético: a (in)dignidade no trabalho bancário, também ocorrerá o lançamento do livro Trabalho e Sofrimento: práticas clínicas e políticas, de autoria da coordenadora do Programa de Prevenção e Política de Saúde do Trabalhador, Ana Magnólia Mendes, professora do Instituto de Psicologia da UnB.   

Organização do trabalho inflexível

Os resultados da pesquisa, que contou com ampla participação da categoria, indicam uma organização do trabalho inflexível, extremamente normativa, com pouco espaço para a participação dos funcionários na tomada de decisão ou negociação de prazos e normas. Apontou também maiores riscos de adoecimento para bancários que relataram a vivência de assédio moral, o afastamento de trabalho e o desejo de sair do banco ou mudar de emprego.

O levantamento concluiu ainda a presença do sentimento de indignidade no trabalho, relacionada à percepção de injustiça dentro dos bancos onde, apesar de altamente normativos, observa-se que a norma é flexível a quem interessa, podendo-se relatar pela primeira vez a evidência de um sofrimento ético para o trabalhador bancário.

A pesquisa foi disponibilizada no site do Sindicato e também entregue em modelo impresso nos locais de trabalho. Para garantir a segurança e a fidelidade do levantamento, apenas bancários sindicalizados responderam ao questionário na versão online.

“A partir da análise dos dados da pesquisa teremos condições de alterar a realidade de sofrimento do trabalhador, desvendando a causa e apontando possíveis soluções para os problemas enfrentados pelos trabalhadores após a reestruturação produtiva por que passaram as instituições financeiras na década de 1990”, destaca o secretário de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato, Wadson Boaventura, que também é bancário do BB.

Da Redação