Sindicalistas barram novamente votação do PLS 555 no Senado

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Representantes da CUT e de outras entidades de representação dos trabalhadores percorreram o Senado nesta terça-feira (16) mostrando aos parlamentares o quanto será prejudicial a aprovação do PLS 555/2015 para as empresas públicas brasileiras. Eles também pediram apoio para que o projeto não seja aprovado na Casa. O conselheiro titular eleito de Administração da Caixa, Fernando Neiva, também participou da mobilização.   

Esta é a terceira vez que os movimentos sindicais se reúnem para impedir a votação do projeto, que ameaça privatizar empresas públicas federais, estaduais e municipais. Outro adiamento ocorreu em dezembro do ano passado. A matéria deve voltar à pauta na próxima semana.       

“Vamos continuar vigilantes quanto às atividades do Congresso Nacional e, juntamente com a CUT Brasília, seguiremos participando da forte mobilização dos trabalhadores para enterrar de vez esse projeto”, destaca o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo.  

“Este trabalho tem sido fundamental para ampliar o debate sobre o assunto. Também mostramos um projeto alternativo, que contempla vários pontos em defesa das empresas públicas. Nosso texto discorda, ainda, do PLS 555 que quer transformar as estatais em sociedades anônimas e proibir sindicalistas filiados a partidos políticos integrarem os conselhos de administração das estatais”, explica Fernando Neiva, que é funcionário da Caixa.

Para o diretor da Contraf-CUT Carlos Cordeiro, que também participou das reuniões com os parlamentares, o sucesso dessa empreitada depende de muita mobilização junto às bases sindicais, a exemplo do que ocorreu na luta que barrou o PL 4330, da terceirização sem limites, que envolveu um trabalho sem trégua de pressão sobre o Congresso e ampla mobilização da sociedade.

“Cerca de 30 senadores têm posição contrária ao PLS 555 e vamos trabalhar com emendas, com o substitutivo liderado pelo senador Requião para que ele seja colocado em votação. Vamos para a disputa, se não houver acordo. Não vamos concordar com nada que venha a fragilizar nossas estatais”, afirma o senador Paulo Paim (PT-RS).

Segundo o senador, há um movimento muito bem articulado dos setores mais conservadores para aprovar o PLS 555, “que fragiliza e abre as portas para a privatização das estatais”. “Mas também do nosso lado há um movimento forte contra o PLS 555, com participação de senadores, movimento sindical, movimentos sociais para defender o patrimônio do povo”, explica Paim.

Na opinião da secretária de Relações de Trabalho da CUT Nacional, Graça Costa, o adiamento da votação é uma conquista, mas ela alerta: “é preciso que a classe trabalhadora e a população se conscientizem da gravidade que é este projeto. Ele traz grandes prejuízos para a sociedade. Privatizar as estatais é acabar com os programas sociais, como o Bolsa Família e outros tantos que beneficiam a população. Aprovar esse projeto é entregar nossas riquezas para o empresariado que só se preocupa com o quanto vai lucrar em cima do suor de cada trabalhador”.

Reunião no Dest 

Também houve, ainda, reunião no Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (DEST), órgão de assistência direta e imediata ao Ministro de Estado do Planejamento Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

Da Redação