Sérgio Nobre é eleito novo presidente da CUT Nacional

0

O metalúrgico paulistano Sérgio Nobre, 45 anos, será o novo presidente da CUT Nacional para o mandato de 2019/2023. Em chapa única, a nova direção da Central Sindical foi eleita por unanimidade pelos delegados e delegadas do 13º ConCUT, nesta quinta-feira (10), em Praia Grande (SP).

A vice-presidência será ocupada pelo representante do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Vagner Freitas, presidente da CUT por dois mandatos. A Secretaria-Geral será comandada pela primeira vez por uma mulher, a trabalhadora rural Carmem Foro.

Dirigentes do Sindicato, da Fetec e da CUT Brasília no encontro

“Neste cenário extremamente hostil que vai desde a retirada de direitos dos trabalhadores à destruição de um projeto do país que possibilite a inclusão dos brasileiros e brasileiras, além do abandono completo da soberania nacional, é importante a forma como a Central refletiu e abordou os temas no 13º ConCUT, juntamente com a base, com seus sindicatos e CUTs estaduais, discutindo o verdadeiro protagonismo que as representações dos trabalhadores terão a desempenhar no próximo período”, destaca Kleytton Morais, presidente do Sindicato, delegado no encontro.

Para Kleytton, a unidade conseguida, na prática, por meio da formação de uma chapa única, com representações das pautas diversas, apontam para que, neste próximo mandato, os trabalhadores tenham na CUT um revigorado instrumento na defesa ampla da classe trabalhadora. “A CUT, por meio de um plano de luta bastante coeso e com diretrizes claras, fará o enfrentamento necessário em defesa dos direitos dos trabalhadores”, pontua.

Delegação de Brasília no Congresso Nacional da CUT

Mandato duro

Nobre, que atualmente é secretário-geral da CUT, destacou que o período de seu mandato será duro em consequência dos ataques aos direitos que a classe trabalhadora vem sofrendo desde o golpe de 2016, e mais fortemente nos últimos 10 meses de governo Bolsonaro, que só apresenta propostas de retirada de direitos sociais e trabalhistas e não tem projeto de desenvolvimento econômico, com justiça e inclusão social e geração de emprego e renda.

“Esse Congresso foi realizado numa conjuntura adversa, difícil, que requereu de todas as forças políticas a mais ampla unidade para enfrentar o fascismo neste país. Esta chapa expressa toda a diversidade do país, de raça e entidades. Tem gente do campo, da cidade, de entidades públicas e privadas e LGBTs”, ressaltou.

O novo presidente da CUT lembrou ainda da luta que a Central vem travando nos últimos anos, desde as jornadas de 2013, a dura eleição da ex-presidenta Dilma Rousseff, em 2014, o golpe que veio na sequência e a prisão injusta do ex-presidente Lula, além do papel que desenvolveu para garantir direitos, defender a democracia e pela liberdade de Lula, a quem ele foi visitar na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde é mantido preso político desde abril do ano passado. “Lula pediu para a CUT chegar mais perto da base, do povo, da população em geral”.

Dia 30 tem mobilização em Brasília

Sérgio Nobre acrescentou que a CUT esteve o tempo todo nas ruas e vai continuar assim. No próximo dia 30, vai ocupar as ruas de Brasília contra a política econômica deste governo que está destruindo o país, em defesa do patrimônio público, das estatais, da Amazônia e dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras. “Esta será a nossa primeira tarefa. Vamos estrear batendo lá no Paulo Guedes (ministro da Economia). Vamos impedir os projetos autoritários de Jair Bolsonaro”, enfatizou.

Nobre também fez uma homenagem a seu antecessor Vagner Freitas, a quem agradeceu e ressaltou a importância de continuar com sua parceria nos próximos anos.

Da Redação com CUT