Fetec-CUT/CN celebra 35 anos de resistência e conquistas

0

No dia 20 de janeiro de 2025, o Sindicato dos Bancários de Brasília sediou no seu Teatro a solenidade em comemoração aos 35 anos da Fetec-CUT/CN, quando foram homenageados os 13 sindicatos filiados, com a entrega do Selo Comemorativo alusivo à data, que traz na sua arte, os quatro biomas (Amazônia, Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica).

Participaram da mesa de abertura e também receberam as condecorações, o bancário Walfran dos Anjos, fundador e primeiro presidente da Federação. Ele agradeceu a todas e todos que acreditam na luta sindical como instrumento de organização da classe trabalhadora. Como conquista a primeira mulher presidenta da Fetec-CUT/CN, Leoni Philippsen, que representou os ex-presidentes da Fetec-CUT/CN, emocionada e orgulhosa testemunhou que “a luta sindical sempre foi permeada por dificuldades, mas que o desafio foi e é juntos e juntas lutarem pelo direito do coletivo”.

A deputada federal Érika Kokay, ex-presidenta do Sindicato dos Bancários de Brasília, expressou “a dignidade e acolhimento no e do trabalho sindical, lembrando que a categoria bancária foi a primeira a se preocupar com a saúde, contra a exploração, que foi contra o impechament da presidente Dilma Rousseft. Concluiu afirmando que não conseguiram anular o Grito da Liberdade, os direitos da mulher. E se orgulha ter feito parte desta trincheira e agora na Câmara Federal.  

Representando a Direção Nacional da CUT, o presidente Eduardo Araújo, dos Bancários de Brasília, conclamou aos presentes que lutem por uma construção de uma sociedade mais igualitária por meio do Sindicato Cidadão e que tenha como inspiração a trajetória de luta da Fetec-CUT/CN. “ Nós bancários tivemos sempre na frente da defesa de todo o povo brasileiro”. Parabenizou a luta da categoria bancária, enfatizando “que a força coletiva dos sindicatos fortalece no e para o cumprimento dos direitos trabalhistas e sociais”.

Destacou a Secretária da Mulher da Contraf-CUT, Fernanda Lopes, ao ser também homenageada, “o papel das mulheres precursoras do País e parabenizou a história da Fetec-CUT/CN que não é só a luta da categoria e sim de toda a classe trabalhadora do país. Luta esta que é contínua no enfrentamento juntos por todos direitos conquistados e a conquistar.

José Avelino, bancário do Bradesco de Brasília, primeiro presidente negro, declarou “fiquei muito satisfeito e orgulhoso de fazer parte destes mandatos e saber que a Federação cada vez mais está sendo representada. Parabéns para a nossa categoria do ramo financeiro”.

Lutam melhor os que têm belos sonhos, Che Guevara

Momento de muita emoção e reflexão os lançamentos do documentário que relatam a trajetória dos 35 anos da Fetec-CUT/CN e da revista “A Federação da Amazônia, Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica” que contam a história de resistência, lutas e conquistas da Federação, de janeiro de 1990 a janeiro de 2025.

“Para mim o documentário foi uma grande oportunidade de conhecermos a luta dos nossos companheiros e companheiras que nos representam há tanto tempo e que nos orgulham. Fortalecer os funcionários na luta. Porque os sindicatos separados íamos acabar perdendo.  Quando organizou o movimento aí chegamos hoje aqui. 35 anos”, feliz afirma Cristiano Porfilho, bancário do Banco do Brasil. Seu colega de trabalho, Godoy, da Caixa Econômica Federal, afirma: “estes 35 anos são importantes para nós como categoria. Repensar nossos momentos de luta. Ver toda a luta da categoria que não foi fácil desde o início. Foi muito suor, esforço dos companheiros e chegamos aos 35 anos. Esforço dos sindicatos no início participando como vimos no documentário. Chegarmos até agora foi e é uma vitória. Significando que todos nós estamos unidos”.

Empregada da Caixa Econômica Federal, Talita Fanoni, parabenizou o evento, “são 35 anos de luta, o presidente atual da Fetec-CUT/CN, Rodrigo Britto, representou muito bem e homenageou todas as pessoas. Estou lisonjeada em fazer parte deste evento e de todo o conglomerado dos bancários”.  

 Idailde Lima, radialista, expressou que mesmo não sendo bancária veio prestigiar, a convite, a festa, “porque também acredito muito na classe trabalhadora, porque quando você reforça esta classe as chances de você vencer é bem maior. Só vence se estiver unido, separado ninguém vence nada. Sozinho ninguém vence. O pouco ou o muito que conquistamos como trabalhadores foi resultado da união. Para ela, como comunicadora, complementa: “o principal é informar de maneira correta, digna. Não espalhar a mentira, quando você espalha uma mentira no WhatsApp muita gente que não tem a noção do que realmente está acontecendo, acredita. Em todas as classes trabalhistas, como o próprio bancário, jornalista, professor, em todas as classes existem pessoas que espalham mentira. O povo acredita nestas mentiras que são espalhadas. Então enquanto radialista, enquanto comunicadora, enquanto pessoa, eu tenho obrigação como ser humano de falar a verdade, de dizer a verdade e de mostrar a verdade. E quando esta verdade vem de forma errada mostrá-la de forma correta.

Para a conselheira da Administração do Banco do Brasil, a bancária Kelly Quirino, que está completando 18 anos na instituição, “orgulhosa de vivenciar este momento histórico e que se deve levar em consideração que a Federação Nacional dos Bancários foi criada num contexto, na época, localizada em São Paulo. E que todos os bancários dos Sindicatos pagavam a contribuição sindical, mas não chegava no Norte do País.

Isso mostra um pouco que falava o professor Milton Santos, geógrafo, referência negra, ressalva Kelly, “que na concentração do meio técnico científico informacional, ou seja, a riqueza está muito localizada no centro sul de São Paulo, Rio de Janeiro, em detrimento aos outros lugares do País”.

Portanto, quando aqueles bancários começam a se organizar em Cuiabá, Campo Grande, reivindicando uma representação por meio de uma Federação, olhando as especificidades do centro norte do nosso país, é levar em consideração os povos indígenas, que são os povos originários, e olhar para outros biomas que não sejam só a Mata Atlântica, mas olhar para o Cerrado, olhar para a Amazônia. E também dar protagonismo para um grupo que é muito importante em regiões que têm até hoje problemas sérios como infra-estrutura, dificuldade de ter aeroportos e rodovias. 

Pela importância econômica muito grande do segmento bancário para o nosso país temos que louvar este pioneirismo que este grupo teve há 35 anos. E cada vez mais a gente tem que fortalecer.  Porque a gente ainda está falando de uma realidade onde você tem cada vez mais  a precarização do trabalho, do trabalhador bancário e que também em regiões com problemas estruturais continuam existindo.

“Outra coisa que eu acho”, continuou a professora Kelly, “devemos também levar em consideração, que esta Federação, na sua segunda gestão, elegeu uma mulher. Isso foi muito importante. Porque o movimento sindical é predominantemente de homens brancos. Cada vez mais importante a gente ter mulheres. Achei muito interessante uma das falas de ter na diretoria a paridade de gênero, porque as mulheres trazem essa experiência a partir da realidade do cuidado, a partir da perspectiva que é importante pensar política de cuidados para as mulheres, para as crianças, para os idosos. Nos temos isso na nossa categoria, os filhos dos bancários, os bancários aposentados”.

“Há muitas pautas que temos que debater, reforçou a conselheira, como a questão de raça, orientação sexual, que é um movimento que você tem subvalorização, a questão dos PCDs. É muito importante celebrar diante das desigualdades sociais que temos em nosso país. E você ter várias federações das regiões Norte e Centro-Oeste, como maior federação em número de trabalhadores. Isso é uma alegria muito grande. E agora o nosso maior desafio com a eleição do Trump é lutar aqui, com os bancários unidos contra o fascismo. Porque é um projeto que quer acabar com a classe trabalhadora. É um projeto que quer só o interesse dos grandes empresários. Um desafio pela frente. Pela defesa da democracia. Pela defesa dos povos originários, pela defesa da pauta ambiental. Este ano teremos a COP 30”, conclui a jornalista bancária Kelly.

Fechando a cerimônia, o presidente Rodrigo Britto, agradeceu a todas e todos presentes, em torno de 240 participantes, por responderem positivamente o chamamento, para este momento histórico de resistência, de compartilhar o legado, a luta de cada bancário e bancária das regiões Centro-Oeste e Norte além das representações sindicais e sociais. Também o apoio imprescindível dos Sindicatos, inclusive o de Brasília, que esteve lado a lado, da construção deste caminhar e com todo seu estafe. Salve e Vida Longa para a Fetec-CUT/CN.  

Visite o Link do documentário 35 Anos de Lutas e Conquistas

Íntegra da Revista

Revista-FETEC-35-anos-FINAL


Jacira da Silva
Com Seeb-DF