Seminário do Santander e Real conclui plano de luta

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O Seminário Nacional dos Dirigentes Sindicais do Santander e Real, promovido pela Contraf/CUT e realizado dias 4 e 5 de setembro, em Atibaia, interior de São Paulo, definiu um plano de luta para defender os empregos e direitos dos trabalhadores. Mais de 90 sindicalistas de todo o país participaram do seminário sobre a fusão dos bancos Santander e Real. O encontro teve o objetivo de analisar o formato de cada banco e como ocorrerá a fusão em cada setor e na rede de agências.

“Não sabemos se ainda neste ano – por causa dos benefícios fiscais – ou em três anos, mas a marca que vai prevalecer é a do Santander”, assim resumiu o ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e funcionário do antigo Banespa, João Vaccari, ao analisar as tendências dos bancos internacionais no Brasil. O sindicalista enfatizou que a recente compra pelo Santander de um prédio em São Paulo faz parte do processo de consolidação da marca. “Eles acham que precisam de uma sede forte, a exemplo da Cidade de Deus do Bradesco, para ter uma referência e mostrar força”, apontou Vaccari.

Pela experiência com as negociações com o Santander após a privatização do Banespa, o dirigente sindical fez um alerta: “eles querem a unificação dos direitos dos trabalhadores, mas por baixo. Nós devemos entrar no debate, como na questão dos fundos de pensão, para defendermos o que é melhor para os funcionários”, salientou. “Eles querem implantar a cultura do Santander e o presidente do Grupo Santander Brasil e da Fe-naban, Fábio Barbosa, é extremamente autoritário”, alertou.

Resultados

O Departamento Inter-sindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) comparou os resultados apresentados pelo Santander e Real nos balanços do primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2007. Os dois bancos obtiveram ganhos astronômicos. O Santander lucrou R$ 830 milhões e o Real, R$ 1,064 bilhão, mas houve uma redução de 17,14% e 15,57%, respectivamente, em comparação com o ano anterior. Na avaliação do Dieese, a fusão não impactou a queda dos lucros. No balanço publicado consta que no dia 28 de julho de 2008 o Banco Real e o conglome-rado Santander foram convertidas em subsidiárias integrais do Banco Santander.

Aditivo prorrogado

O Santander prorrogou a validade do aditivo à convenção coletiva até o dia 30 de setembro. O acordo havia vencido no dia 31 de agosto. Agora, as entidades sindicais vão iniciar as negociações da pauta específica de reivindicações, visando a renovação do aditivo e a sua extensão aos empregados do Real. A minuta foi entregue no último dia 14 de agosto para o banco.

Negociação dia 11

Na quinta-feira, dia 11, ocorre a primeira negociação sobre o processo de fusão, entre as entidades sindicais e as Comissões de Organização dos Empregados (COEs) do Santander e Real com os negociadores dos dois bancos designados pelo presidente do Grupo Santander Brasil, Fábio Barbosa, durante reunião ocorrida no dia 25 de agosto.

Campanha

Os bancários do Santander e Real vai informar para a po-pulação e aos bancários o que realmente está acontecendo no processo de fusão. Para isso serão realizadas campanhas de mídia (rádios, jornais, internet, entre outros).

Há ainda a previsão de uma Jornada de Luta em Brasília, onde será feita também uma articulação com os parlamentares para envolver o governo federal na defesa dos trabalhadores.