Saúde deve estar no foco central da Campanha Nacional

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O Encontro Temático sobre Saúde e Condições de Trabalho, realizado nesta sexta-feira 27, definiu as propostas a serem encaminhadas à plenária geral, que ocorrerá no domingo. O Encontro Temático sobre Saúde e Condições de Trabalho, realizado nesta sexta-feira 27, definiu as propostas a serem encaminhadas à plenária geral, que ocorrerá no domingo. Entre elas, destacam-se a inclusão, entre os eixos gerais da Campanha Nacional 2007: assédio moral/violência organizacional; isonomia de tratamento entre trabalhadores afastados por motivos de doença e os em atividade; prevenção, reabilitação e qualidade de vida; igualdade de oportunidades; segurança bancária; e respeito à jornada de seis horas.

Foi aprovada também a redação de um documento a ser enviado ao presidente Lula, ao Congresso Nacional e ao Ministro da Previdência Social denunciando as formas de tratamento desumanas a que os trabalhadores vêm sendo submetidos nos postos do INSS, incluindo desrespeitos a direitos garantidos pela lei. O texto do documento ainda está em discussão. 

Foram apresentados ainda várias cláusulas como adendos à minuto de reivindicações de saúde e a grande maioria foi aprovada por consenso. Em relação à estratégia da campanha, foi aprovado que saúde e condições de trabalho seja mantida como uma dos focos principais da Campanha nacional. “O encontro teve um excelente nível de participação que demonstra que os bancários a cada dia se conscientizam de que essas questões são tão importantes quanto as econômicas e que devem estar no centro da Campanha Nacional 2007”, analisa Plínio Pavão, secretário de Saúde da Contraf-CUT.

Apresentações 

Antes da plenária, ocorreram três apresentações no encontro. Na parte da manhã, a primeira mesa discutiu Assédio Moral/Violência Organizacional com a participação das psicólogas Regina Heloísa Maciel e Lis Andréa Soboll.

Regina apresentou o trabalho que realiza no Ceará, principalmente uma pesquisa sobre assédio moral e organizacional na categoria, cujos resultados foram diferentes de pesquisa nacional realizada anteriormente pela Contraf-CUT em parceria com o Sindicato dos Bancários de Pernambuco, da qual Regina também foi uma das coordenadoras. Além disso, apresentou uma proposta de intervenção que vem sendo realizada com o Sindicato dos Bancários do Ceará, chamada Força Tarefa de Investigação (FTI). 

Pela proposta, quando o sindicato recebe uma denúncia de assédio, é feita uma investigação na agência, sem nunca identificar o denunciante. A investigação começa com entrevistas com funcionários (não o denunciante) e com o próprio gerente da agência. Depois, um questionário é distribuído para todos os empregados. Com esses dados, é feito um relatório que é encaminhado para a instâncias superiores no banco. “Tivemos denúncias no Banco do Brasil e a gerência regional tomou providências”, conta Regina.

Lis Soboll centrou sua intervenção na diferenciação entre assédio moral pessoal eT assédio ou violência organizacional. Segundo a psicóloga, o assédio moral caracteriza-se por seu caráter pessoal. “É uma violência extrema, com o objetivo de excluir uma pessoa. Ele é pessoal, voltado contra um indivíduo específico e visa excluir, não fazer produzir”, sustenta Lis. 

Já a violência ou assédio organizacional é uma política empresarial, voltada para o aumento da produtividade e para a submissão do coletivo dos empregados. “É uma política de violência empregada pela empresa, da qual é vítima inclusive o gerente, que é cobrado por metas e é forçado a cobrar. Não que ele não seja responsável por abusos, mas o verdadeiro inimigo é um ‘poder sem face’, a instituição bancária”, esclarece.

Fonte: Contraf-CUT