Santander rompe compromisso com sindicatos e segue com demissões em todo o país, noticia a Folha Online

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O Santander demitiu em 30 dias 433 funcionários em todo o país. A informação é da Folha Online, em reportagem publicada na segunda-feira (6), com base em levantamento de sindicatos de todas as unidades da Federação.

O jornal apurou também junto aos sindicatos que o Santander é o único entre os grandes bancos do país a quebrar o compromisso de não demitir funcionários durante a crise sanitária provocada pela pandemia do coronavírus.

“Como o banco omite os dados sobre demissões realizadas, o levantamento dos sindicatos se deu a partir de informações repassadas pelos próprios trabalhadores, o que indica que o número de demitidos pode ser ainda maior”, explica José Anilton, diretor da Fetec Centro Norte.

Anilton informa que no dia 1º de julho, em reunião com os representantes dos trabalhadores, o banco sonegou os dados sobre as demissões. Nova reunião ficou marcada para a última sexta-feira, dia 3, mas os representantes do Santander comunicaram pouco antes da hora marcada que não compareceriam.

Pressão por metas

O Santander rompeu compromisso também em relação à cobrança por metas e lançou a campanha “Motor de Vendas”, que define o cumprimento de metas crescentes pelos funcionários. Os bancos se comprometeram em mesa de negociação entre a Fenaban e o Comando Nacional dos Bancários a não cobrarem metas comerciais durante a pandemia.

O dirigente da Fetec Centro Norte conta que o banco está obrigando os funcionários a forçarem a venda de produtos aos clientes nesse momento de crise sanitária, em que todos enfrentam profundas dificuldades econômicas. “Isso depois de já ter sido condenado pela Justiça pela prática de cobrança de metas abusivas”, diz José Anilton.

Ataque aos aposentados

A reportagem da Folha também traz informações sobre as mudanças que o Santander quer promover no fundo de previdência dos funcionários do antigo Banespa (Banesprev), desrespeitando o termo de compromisso estabelecido em acordo coletivo e assinado pelo banco e pelos representantes dos funcionários.

Segundo o jornal, a proposta do Santander visa substituir o plano de benefício definido – no qual é pré-fixado o valor a ser retirado na aposentadoria – por um plano de contribuição definida – que pré-define a contribuição ao longo do plano e o montante a ser retirado varia em função da quantia, do tempo de contribuição e da rentabilidade.

Anilton lembra que há uma liminar que proíbe o banco de dar continuidade à mudança. “Ou seja, além de ser costumeiro descumpridor de acordos, o Santander desrespeita a própria Justiça”.

Da Redação com Contraf-CUT