Rodoviários pressionam, empresas cedem e fecham ACT

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Conhecidos por serem uma categoria de luta, os rodoviários de Brasília não mediram esforços para fechar um Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) que contemplasse suas reivindicações. A proposta apresentada pelos patrões incluiu grandes conquistas para os trabalhadores e foi aprovada em assembleia realizada neste domingo (24).

“Quero parabenizar a mobilização dos rodoviários, que demonstram a unidade e capacidade de luta. Esse acordo nada mais é que a resposta à mobilização e à disposição de luta de cada companheiro. Nenhuma categoria enfrentou a reforma trabalhista como essa”, avaliou o presidente-interino da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues.

Uma das principais conquistas da categoria foi o impedimento da implementação da terceirização e da contratação intermitente no Acordo, que viriam por meio da reforma trabalhista. O ACT prevê também reajuste de 4,45% nos salários e de 5% no tíquete-alimentação e na cesta básica, além da manutenção do quinquênio – benefício dado ao trabalhador com cinco anos na empresa. As correções são retroativas a 1º de agosto, com pagamento em outubro e novembro.

Os rodoviários conquistaram também a redução da taxa cobrada nos planos de saúde e odontológico, o aumento de dois para três dias de folga — no caso de falecimento de familiares — e a manutenção do Acordo anterior.

Para João Osório, integrante do Comando de Negociações do Sintrrater — sindicato que representa a categoria —, foram avanços significativos, levando em conta a conjuntura na qual as negociações ocorreram e os Acordos fechados em outros estados.

“As empresas apresentaram uma boa proposta que nos permitiu fechar o acordo. Deixamos claro o nosso posicionamento contrário à reforma trabalhista, e foi necessário que nos mobilizássemos para que não fossem implementados pontos que prejudicassem os trabalhadores”, explica.

Já o presidente da entidade, Jorge Faria, destacou a importância da mobilização dos rodoviários no decorrer das negociações.

“A reação dos patrões é equivalente ao tamanho da nossa mobilização. Por isso, é que nossa diretoria esteve em contato constante com a categoria, conversando e mobilizando para situações como essa. Os rodoviários deram uma demonstração clara de unidade e capacidade de lutar”, disse.

Campanha Salarial

A pauta de reivindicações da categoria foi aprovada em julho e, desde então, foi travada uma incansável luta. De um lado, os patrões tentando, a todo custo, implementar a reforma trabalhista no Acordo. Do outro, a representação trabalhista batalhando para impedir qualquer tipo de precarização das relações de trabalho e a retirada de direitos. Só após muita pressão é que as empresas cederam e fecharam o Acordo.

Fonte: CUT Brasília