GOG parte da própria trajetória para construir Robô Latrô. Ex-bancário, ele deixou a categoria em 1996 e usa a canção para colocar em foco as consequências sociais da transformação tecnológica no setor financeiro. A crítica central da música é direta: a digitalização prometeu melhorar atendimento e condições de trabalho, mas, na prática, acelerou o fechamento de agências, a perda de postos formais e o esvaziamento do atendimento presencial.
O videoclipe abre com dados que contextualizam essa denúncia. Entre as informações apresentadas no vídeo estão: fechamento de 1.774 agências em 2024, das quais 1.358 foram do Bradesco; demissão de 6.198 trabalhadores no setor bancário em 2024; fechamento de 5.716 agências e eliminação de cerca de 70 mil empregos ao longo de nove anos; e 856 agências de bancos privados fechadas em 2024, ritmo 26% superior ao de 2023. Esses números são o pano de fundo que liga a letra e a narrativa visual à denúncia sobre precarização e desemprego.
A faixa reúne vozes do rap de Brasília que sustentam a proposta artística e política do trabalho. Afrorragga, Luan Almeida e Thabata Lorena participam das interpretações. O lançamento foi realizado em parceria com o Sindicato dos Bancários de Brasília. A intenção do projeto é transformar a denúncia em debate público, aproximando a experiência dos trabalhadores bancários da linguagem do hip hop e oferecendo visibilidade às consequências humanas da automação.
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Videoclipe oficial no YouTube:
Robô Latrô chega como um ponto de encontro entre cultura e denúncia. Ouça a faixa e assista ao videoclipe para acompanhar a narrativa musical que coloca em pauta o impacto social da automação no trabalho bancário.
Gabriel Antonoff
Do Seeb Brasília