Sindicalistas bancários e vigilantes e dirigentes da Secretaria de Segurança Pública e da Polícia Civil reúnem-se nesta quinta-feira (17), às 9h30, para discutir providências em relação ao episódio ocorrido no último dia 4, quando um agente do Departamento de Operações Especiais (DOE) recusou-se a se identificar, estilhaçou a porta giratória inteira e, num abuso de autoridade, prendeu dois vigilantes e a gerente da agência Guará II do Itaú. Deverão participar do encontro representantes da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), na Polícia Federal (PF), da Associação dos Bancos do DF, do banco Itaú, da OAB e do Ministério do Trabalho.
Os dirigentes dos Sindicatos dos Bancários e dos Vigilantes e da Fetec-CUT Centro Norte pediram o encontro por meio da parlamentar Erika Kokay com o objetivo de pedir punições e para que fatos lamentáveis como este não se repitam. “Esse episódio poderia ter terminado de forma trágica, com troca de tiros, não fosse a consciência e serenidade dos vigilantes”, disse Matuzalem Albuquerque, diretor da Fetec-CUT, que entregou no dia 8 uma nota de protesto, subscrita por todas as entidades sindicais, à CCASP pedindo “a responsabilização dos culpados seja feita da maneira mais ágil e firme possível”.
Raimundo Dantas, diretor do Sindicato, lembra que é inadmissível um policial querer entrar armado num estabelecimento bancário sem a devida identificação funcional. “Nenhum policial civil e militar pode desconhecer esse procedimento que é determinado não só pela Polícia Federal mas também por meio de despacho da Direção Geral da Polícia civil e de portaria da Polícia Militar do DF”.
Na reunião na Secretaria de Segurança, os dirigentes pretendem discutir também maior segurança interna e externa nas agências bancárias para evitar a ocorrência das “saidinhas”, a modalidade de assaltos de clientes e usuários após saques de valores. A intenção é pedir medidas legais e administrativas para que sejam implantados, por exemplo, biombos e procedimentos de segurança nas áreas de auto-atendimento e fora da agência.
O caso do abuso de autoridade do policial contra um dos vigilantes, que filmou a ação na agência bancária, teve o celular apreendido e as imagens apagadas, será analisado no dia 22, às 14h30, em audiência no Juizado de Pequenas Causas, no Fórum do Guará.
