Reunião debate novo modelo de atendimento e suspensão da CCV no Banco do Brasil

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A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil reuniu-se, nesta quarta-feira (6), com a direção do banco numa mesa de negociação permanece para tratar das mudanças no modelo de atendimento e gerenciamento das agências, escritórios de varejo e estilo.

O modelo de atendimento da Unidade de Atendimento Varejo (UNV), que estava em 4 praças (Joinville, Ribeirão Preto, Curitiba e Belém), foi ampliado para Brasília e São Paulo e, recentemente, estendido para 106 praças em todo o Brasil. Além disso, foi criada uma nova unidade para gerenciar o modelo de atendimento: a UAV.

Os representantes dos funcionários levaram vários questionamentos colhidos nos locais de trabalho pelos sindicatos, pois, além da ampliação do modelo da UAV, os escritórios e agências especializadas também mudaram a sua vinculação.

Houve questionamentos sobre es estruturas das unidades, a ascensão profissional e a trilha de carreira, bem como sobre alteração no nível das agências.

Os representantes do Banco do Brasil informaram que não há previsão sobre mudança no nível das agências. Está em estudo um modelo que contemple os diversos tipos de agências e escritórios, mas não há previsão de conclusão desse levantamento.

O modelo foi expandido no meio do janeiro e os ajustes ainda estão sendo feitos, o que demandará novas reuniões para discutir problemas que aparecerem.

Um dos grandes problemas é que a quantidades de metas está maior que o volume de clientes, já que as carteiras foram migradas e muitos dos atendimentos não estão gerando conversão.

Houve denúncias de locais que estão atendendo clientes sem a senha, para evitar que o atendimento gere mais cobrança aos funcionários.  

Houve cobrança para que as novas superintendências centralizadoras tenham contato com as entidades sindicais, uma vez que a resolução de problemas muitas vezes se dá em nível local, sem que vire uma demanda à diretoria, ouvidoria ou ação judicial.

Descomissionamentos

Os sindicatos questionaram o BB sobre uma nova onda de descomissionamentos e muito foi cobrado sobre os critérios, principalmente sobre o programa Gestão de Desempenho por Competências (GDP).

Foram citados os casos em que não há feedbacks ou anotações e também o de gerentes gerais que, se aproveitando da distância que as superintendências estão, têm informado que a ordem do descomissionamento vem das novas superintendências centralizadoras no Rio de Janeiro e São Paulo.

A Comissão de Empresa organizará atividades nacionais para denunciar a falta de critérios e perseguição promovida por alguns administradores.

O diretor do Sindicato e representante da Fetec-CUT/CN na Comissão de Empresa, Rafael Zanon, explica que a GDP deixou de existir para muitos administradores. “Usam de maneira subjetiva para justificar descomissionamentos”.

A impressão é que existe uma meta para descomissionamentos, avalia Zanon. “O critério é que o menos importa”. Diante disso, o dirigente sindical chama a atenção: “Isso mostra que devemos estar sempre mobilizados por melhores condições de trabalho”. Ele lembra que “o Sindicato disponibiliza assessoria jurídica e política para os bancários afetados por essa injustiça.”

Metas e conexão

Os representantes dos funcionários levaram ao banco as diversas reclamações que estão chegando de todos os locais do país, sobre o programa de metas Conexão (programa de metas), em que os parâmetros usados estão sendo alterados de forma que maioria das carteiras não conseguirá atingir as suas metas.

Esse não atingimento tem vários impactos financeiros, pois reduz a PLR, o Programa de Desempenho Gratificado (PDG) e cria um ambiente mais propício para a ocorrência de assédio para descomissionamentos.

Ficou definido que haverá nova reunião com o BB em data a ser agendada, para tratar especificamente de GDP e Conexão.

Sobre o PDG, a Comissão de Empresa cobrou que este seja negociado com os sindicatos e que sejam feito acordos específicos, assim como acontece com os programas próprios de outros bancos públicos e privados. Há uma grande reclamação sobre as alterações unilaterais do BB nas regras do PDG.

Comissão de Conciliação Voluntária (CCV)  

Na mesa de negociação permanente, também foi tratado sobre a suspensão da CCV e os motivos que levaram a essa suspensão. O banco começou a apresentar em algumas sessões de CCV termos de quitação com mais de 5 anos, sem alterar o valor dos acordos.

A Contraf-CUT cobrou do banco que faltou comunicado prévio e negociação sobre isso, causando enorme desconfiança e questionamento ético sobre o comportamento do BB.

O banco se desculpou sobre a falta de comunicação prévia e apresentou uma proposta de solução que precisa ser analisada pelos sindicatos, pois envolve aspectos ainda não muito claros. As negociações sobre o retorno da CCV vão continuar nos próximos dias.

“É um direito do bancário a possibilidade de fazer um acordo via CCV,  e defendemos isso na mesa de negociação. O que não podemos aceitar são mudanças unilaterais que prejudiquem a categoria”, finalizou Rafael Zanon, cobrando uma solução o quanto antes desse problema.

Da Redação com Contraf-CUT