Reunião de delegados sindicais debate conjuntura e Campanha Nacional 2016

0

Bancários do BRB, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal participaram da primeira reunião de delegados sindicais de 2016, realizada no Sindicato na última quarta-feira (30). Além de discutir a atual conjuntura política, os delegados também debateram sobre a Campanha Nacional dos Bancários, que já começou a ser organizada pelos trabalhadores.

Durante a manhã, a discussão sobre o momento político do país contou com a participação do presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, o professor de comunicação da Universidade de Brasília, Venício Lima, o diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), Antônio Queiroz, e o advogado da LBS, Eymard Loguercio, que presta assessoria para a entidade.

Jornalista e sociólogo, Venício Lima afirmou que a mídia é um importante ator econômico e político e que, por essa razão, não pode ser vista e entendida de forma isolada. Sob a ótica do papel da mídia diante da atual conjuntura, Venício destacou que, há muito tempo, a grande mídia no Brasil atua como poder judicial e policial paralelo.

“Não há dúvida de que há uma articulação entre os oligopólios de mídia, setores da Polícia Federal e do judiciário. A grande mídia brasileira, como bem afirmou o ex-senador Bisol, investiga, julga e condena publicamente, de forma paralela ao poder policial e judicial institucionalmente constituídos. Contra essa atuação, é preciso fortalecer e alimentar conteúdos na internet e em canais comunitários que possuem compromisso com a população e a verdade”, destacou o professor.

De acordo com o diretor do Diap, Antônio Queiroz, o lado defendido pela grande mídia não é a melhor alternativa para combater a corrupção e, além disso, não vai favorecer o trabalhador sobre as pautas em discussão no Congresso. “Há uma onda conservadora e neoliberal que tem por objetivo desregulamentar direitos e regulamentar restrições. Existe, na Câmara dos Deputados, no Senado e no Congresso, uma série de colegiados constituídos com o objetivo de dar celeridade e implementar essa agenda neoliberal”, esclarece Antônio.

Em sua fala, o advogado que presta assessoria ao Sindicato, Eymard Loguercio, lembrou que a atual disputa política também põe em risco os direitos conquistados pelos trabalhadores. Loguercio citou a recente luta contra a terceirização irrestrita como exemplo dos ataques que a classe trabalhadora vem sofrendo.

“O momento, nos últimos anos, que nos fez alertar sobre a disputa de interesse dos empresários, foi o Projeto de Lei 4330, da terceirização. Ali, foi dado um alerta para os trabalhadores sobre o que estava em risco. O empresariado sabe o que ele quer nessa conjuntura, e sabe a bastante tempo”.

 

Campanha Nacional 2016

No período da tarde, os delegados e dirigentes sindicais debateram sobre a Campanha Nacional dos Bancários de 2016. Para subsidiar a discussão, o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Pedro Tupinambá, apresentou a análise sobre desempenho financeiro de 2015 dos cinco maiores bancos em ativos no país: Banco do Brasil, Itaú, Caixa Econômica Federal, Bradesco e Santander.

“No ano passado, a atividade econômica teve uma queda expressiva de cerca de 4% em relação a 2014. Ainda assim, os cinco maiores bancos lucraram cerca de R$ 70 bilhões em 2015, uma alta de 16%. Por mais que a economia viesse desacelerando, até apresentar uma queda do Produto Interno Bruto, os cinco bancos mantiveram um desempenho altamente satisfatório, considerando o cenário de recessão da economia”, frisou o economista.

Joanna Alves
Colaboração para o Seebb