Delegados sindicais do Banco do Brasil e da Caixa participaram de uma reunião na AABB (Associação Atlética Banco do Brasil), na terça-feira 21, promovida pelo Sindicato. Os bancários levaram sugestões dos colegas de trabalho e trocaram informações sobre as reivindicações da categoria, o andamento das negociações, além de debater ações para intensificar a mobilização.
Diante do cenário de poucos avanços nas primeiras negociações gerais e específicas, a diretora do Sindicato e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fabiana Uehara, deixou um recado para a categoria: “o governo e os patrões não estão negociando e nós vamos partir para o enfrentamento”.
“Não vamos assinar e nem aceitar nenhum acordo que contenha retrocessos, como o Banco do Brasil propôs nas negociações. Desde 2005, quando a Campanha se tornou unificada, conseguimos avanços nas cláusulas de remuneração e nas sociais e, com mobilização, vamos ampliar ainda mais nossas conquistas neste ano”, ressalta Rafael Zanon, secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato.
Em 2012, a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) completou 20 anos. A importância da unificação da luta entre os trabalhadores das instituições financeiras foi lembrada durante a reunião. Avanços resultantes dessa acertada estratégia, como aumento real, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação, entre outros, foram destacados. A CCT é válida para bancários de todas as regiões do país, independentemente do banco em que atuam.
O tema da Campanha 2012, ‘Chega de truques, banqueiro!’, foi lembrado aos delegados, bem como as atividades que Sindicato tem promovido para divulgá-lo nas visitas pelas agências do Distrito Federal. “A Campanha está definitivamente nas ruas e, a cada dia, reforçamos o diálogo das reivindicações com os bancários e com a população nas agências. Estamos realizando várias atividades para intensificar a mobilização, e a reunião conjunta com os delegados sindicais do BB e da Caixa é mais um passo importante nesse momento. Estamos focados em demandas que são importantes para todos e os delegados têm o papel fundamental de ajudar na organização dos bancários no próprio ambiente de trabalho”, frisa o secretário de Finanças do Sindicato, Wandeir Severo.
Denuncie atitudes antissindicais
Os bancários denunciaram que alguns gestores do Banco do Brasil e da Caixa vêm praticando políticas antissindicais nos locais de trabalho. Eles passam listas para que os subordinados que tenham interesse em participar de uma possível greve as assinem. O Sindicato repudia esse tipo de coação e alerta que os bancários podem denunciar qualquer ação antissindical ou de assédio moral dentro dos bancos.
Veja as denúncias e sugestões dos delegados sindicais:
• Unificação da campanha entre bancários e trabalhadores dos Correios;
• Unificação das pautas específicas entre os bancos;
• Fim das horas extras encaminhadas para o banco de horas;
• Incorporação da Complementação Temporária e Variável de Ajuste de Mercado (CTVA) ao salário dos trabalhadores da Caixa;
• Valorização do piso;
• Login individual do ponto eletrônico na Caixa;
• Permissão da contagem integral no ponto eletrônico de todo o tempo de trabalho em que o empregado que está à disposição da Caixa aos fins de semana, já que atualmente o sistema de ponto só permite o registro máximo de 48 horas;
• Fim das travas no ponto eletrônico das horas extras;
• Ação de mobilização para sindicalização para que as pessoas possam participar das ações judiciais de cobrança da 7ª e 8ª horas;
• Mobilização pelo cumprimento da jornada de 6 horas no Banco do Brasil;
• Denúncia (o BB pretende terceirizar todo o serviço de tecnologia da empresa, passando para a empresa Cobra Tecnologia);
• Fim da compensação das horas de greve;
• Processo seletivo transparente nos bancos;
• Acesso aos resultados das pesquisas de clima do BB na íntegra;
• Denúncia da falta de critério para comissionamento na Controladoria do BB;
• Divulgação dos salários dos altos executivos do BB no Informativo Bancário;
• Fazer uma consulta a categoria sobre a Festa dos Bancários;
• Canal de comunicação constante entre a categoria sobre as negociações;
• Divulgação dos resultados e processos ajuizados pelo Sindicato, principalmente aqueles que processam os diretores assediadores que estão sendo responsabilizados individualmente com ações por danos ao patrimônio público;
• Denúncia de atitudes antissindicais no Centro de Suporte Operacional (CSO);
• Intensificação da discussão sobre igualdade de oportunidade;
• Contar na pontuação do sistema Talentos e Oportunidades (TAO) do BB todas as graduações e cursos realizados;
• Priorizar nas negociações a resolução dos problemas na Plataforma de Suporte Operacional (PSO) no BB;
• Fim da coparticipação na Cassi para quem aderir ao estratégia Saúde da Família;
• Manutenção da cláusula inamovibilidade do delegado sindical; denúncia de mudanças no normativo sobre o tema;
• Transmissões das negociações;
• Fim do rankeamento nos locais de trabalho;
• Responsabilização dos diretores culpados na questão dos resíduos de coparticipação da Cassi.
Thaís Rohrer
Do Seeb Brasília
