Reforma política: movimento contra o financiamento privado vai ao Congresso

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Após caminhada que atraiu cerca de duas mil pessoas à Esplanada, nesta quarta-feira (20), a Coalizão Democrática pela Reforma Política e Eleições Limpas entregou à Câmara dos Deputados documento com mais de 630 mil assinaturas a favor do andamento da proposta de reforma política no Congresso.

Para que o projeto de reforma política seja de iniciativa popular é preciso coletar 1,5 milhão de assinaturas. Por isso, é importante continuar com a coleta de mais assinaturas, destacaram os representantes da Coalizão, composta pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) entre outros.

Os interessados em aderir ao projeto devem imprimir o formulário disponibilizado no site www.reformapoliticademocratica.org.br, assiná-lo e enviá-lo para a Secretaria Nacional da Coalizão (SAS, Quadra 05, Lote 2, Bloco N, Edifício OAB, 1º andar, Brasília/DF – CEP: 70.070-913).

Financiamento privado aumenta corrupção

A Central Única dos Trabalhadores (CUT), que faz parte da executiva da Coalizão, participou do ato junto com suas entidades filiadas, entre elas o Sindicato de Brasília e a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN).

Segundo o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Brito, o financiamento privado de campanha é um dos principais motivos que ampliaram a corrupção no país. “Isso faz com que o Congresso Nacional roube nossos direitos e tente acabar com a categoria bancária, aprovando o PL 4330 que irá extinguir os postos de trabalho dos bancos públicos e, principalmente, do setor privado,” ressaltou.

O presidente da Fetec-CUT/CN, José Avelino Neto, destacou a importância do momento para a sociedade. “É importante irmos às ruas para protestar contra o financiamento privado de campanha eleitoral e reivindicar ao Congresso Nacional que aprove a reforma política já.”

Cunha recebe empresários, mas rejeita trabalhadores

As assinaturas eram para ser apresentadas ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas, mesmo com audiência agendada, a Coalizão não foi recebida pelo deputado.

“O deputado Eduardo Cunha está se mostrando extremamente autoritário e tendencioso. Como presidente da Câmara, deveria receber as representações de todos os setores da sociedade, incluindo os trabalhadores, que sustentam o país. Ao contrário, Cunha tem dado total atenção apenas à classe empresarial”, criticou o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo.

Principais propostas

Proibir o financiamento de campanhas eleitorais por empresas e igualar o poder entre homens e mulheres nas eleições estão entre as principais propostas do pacote anti-corrupção. Também estão entre as sugestões, valorizar a proposta do partido e do candidato com eleições proporcionais em dois turnos e promover a participação soberana do povo em decisões nacionais.

O secretário-geral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Pereira de Souza Neto, afirmou que o projeto visa à valorização das minorias no Congresso, diminuindo o controle por parte do capital . “Não podemos mais permitir a influência dos empresários de forma como acontece hoje. Ela é ilícita e deve ser extirpada da vida política nacional”, enfatizou.

Clique aqui para saber mais sobre o projeto. http://www.reformapoliticademocratica.org.br/conheca-o-projeto/

Confira abaixo os vídeos do evento:

Marcelo Lavenere, representante da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na Coalizão


Aldo Arantes, representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na Coalizão

Matuzalém Albuquerque – diretor da Fetec-CUT/CN

Rodrigo Brito – presidente da CUT Brasília

José Avelino Neto – presidente da Fetec-CUT/CN

Rosane Alves 
Do Seeb Brasília