Provocação, cinismo e pressão dos banqueiros têm efeito contrário; greve entra na segunda semana com adesão de 95%

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As inúmeras tentativas da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para desqualificar e enfraquecer a forte greve dos bancários, que completa sete dias nesta segunda-feira (24), foram em vão. Apesar do jogo sujo dos banqueiros, que vêm se utilizando de truques – cinismo, provocação e pressão – a paralisação da categoria cresce a cada dia em todo o país. Mesmo com o interdito proibitório do Banco do Brasil, o movimento segue forte no Distrito Federal. Mais de 400 unidades, entre agências, PABs (postos de atendimento bancário) e outras dependências, permanecem fechadas, o que representa adesão superior a 95%. Em todo o país, de acordo com a Contraf-CUT, 9.386 agências e centros administrativos foram fechados nesta segunda.

 

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“Os bancários seguem firmes e fortes na segunda semana da greve nacional. E enquanto a Fenaban não chamar os trabalhadores para uma nova rodada de negociação, intensificaremos a greve a cada dia. Já enviamos carta aos banqueiros e tentamos evitar a paralisação por meio do diálogo, mas eles estão intransigentes e apostam no desgaste do movimento para desqualificar os bancários. Chega de truques banqueiros, queremos uma proposta decente e condizente com nosso esforço”, afirma o diretor do Sindicato Eduardo Araújo, que integra o Comando Nacional dos Bancários e representa os bancários de Brasília nas negociações com a Fenaban.

 

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À exceção dos bancários do BRB, que encerraram a paralisação na sexta-feira (21) após aprovação de proposta específica, os trabalhadores das demais instituições financeiras, públicas e privadas, seguem mobilizados em todo o DF. “Pedimos que os bancários continuem participando dos comitês de esclarecimento e ajudando a manter a greve forte. A paralisação é de todos, independentemente do banco, do cargo e da dependência”, frisa o presidente do Sindicato e da Central Única dos Trabalhadores do Distrito Federal (CUT-DF), Rodrigo Britto.

 

Avaliação

 

Em assembleia realizada ao final da tarde desta segunda-feira (24), os bancários decidiram continuar a greve e intensificar o movimento em todos os locais de trabalho. “É uma questão de honra para a categoria manter a greve forte. Se quisermos novas conquistas, precisamos nos unir neste momento”, observa a secretária-geral do Sindicato, Cida Sousa.

 

Na região do Entorno do DF, a greve também segue forte. Exatas 47 agências (de um total de 59) ficaram fechadas nesta segunda-feira (24). Isso representa uma paralisação de 80% em todo o Entorno. O Itaú é o banco com maior número de agências atingidas: 13. O BB e a Caixa têm, cada, 11 unidades fechadas.

 

Nova assembleia

 

O Sindicato convoca todos os bancários e bancárias para nova assembleia nesta terça-feira (25), às 17h, na Praça do Cebolão, Setor Bancário Sul (SBS), para avaliar, definir os rumos do movimento e analisar uma possível proposta da Fenaban.

 

“As assembleias são importantíssimas para definirmos as estratégias do nosso movimento. A participação dos bancários em todas as atividades é essencial para o sucesso da greve”, destaca a diretora do Sindicato e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) Fabiana Uehara.

 

O que os bancários querem

 

Confira, abaixo, as principais reivindicações dos bancários:

 

● Reajuste salarial de 10,25%.
● Piso salarial de R$ 2.416,38.
● Jornada legal de 6 horas para todos.
● PLR maior.
● Mais contratações, proteção contra demissões imotivadas e fim da rotatividade.
● Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral.
● Mais segurança.
● Igualdade de oportunidades.

Rodrigo Couto
Do Seeb Brasília