Procurador pede ao TCU afastamento cautelar de Salles após denúncia de delegado

Representação alerta para outras possíveis intervenções do ministro em investigações ambientais, o que pode dificultar a apuração de denúncias

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O procurador do Ministério Público, Lucas Rocha Furtado, pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) que determine à Casa Civil o afastamento cautelar do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. A representação é baseada na notícia-crime protocolada no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo ex-chefe da Polícia Federal no Amazonas, o delegado Alexandre Saraiva, na quarta-feira (14).

Na denúncia, o delegado alega que o ministro atrapalha a fiscalização ambiental e patrocina interesses privados. No mesmo dia, foi demitido do cargo de chefe da PF no Amazonas pelo diretor-geral da instituição, Paulo Maiurino.

Segundo informações de Malu Gaspar e Johanns Eller, no jornal O Globo, Furtado argumenta na representação que Salles pode continuar intervindo nas investigações da PF e dificultar a apuração das denúncias. Além disso, o procurador destaca que Salles tem ferramentas para inviabilizar a cobrança de multas por infrações ambientais e provocar novos prejuízos ambientais no Brasil.

O procurador cita prejuízos de R$ 130 milhões causados pela extração ilegal de madeira em terras griladas no Pará, assim como 20 multas ambientais que teriam deixado de ser cobradas por interferência do ministro – o que resulta em mais R$ 8,3 milhões de prejuízo.

Explicações

Segundo informações de Lauro Jardim, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-PE) quer que Salles seja convocado a explicar as denúncias apresentadas contra ele pelo delegado em sessão plenária. O requerimento precisa ser aprovado pelos colegas.

Fonte: Revista Fórum