Presidente do BB perfila com a tropa de choque de Bolsonaro contra medidas de combate ao coronavírus

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Foto: Valor Econômico

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, criticou em entrevista publicada na quarta-feira (25) pelo jornal Valor Econômico as medidas de quarentena que vêm sido empregadas por boa parte dos governadores do país no combate à pandemia de coronavírus e defendeu o fim da quarentena.  

A ideia de que, nesse momento de profunda crise sanitária mundial, a proteção à saúde e à vida das pessoas deve estar subordinada a uma proteção maior à economia é exatamente a mesma exposta por Jair Bolsonaro em cadeia de rádio e televisão no dia anterior. Ou seja, o presidente do banco público decidiu perfilar-se na tropa de choque que faz a defesa da narrativa do chefe, na contramão de todos os esforços e das recomendações de cientistas, de instituições e de órgãos de saúde, de governos e de povos que se colocam em quarentena em escala global.

“Rubem Novaes e seu líder Bolsonaro agem como portadores de uma verdade absoluta, de costas para o mundo, para a comunidade científica e para a própria sociedade brasileira, que ora também busca proteger, em primeiríssimo lugar, a vida de todos, indistintamente”, diz o presidente do Sindicato, Kleytton Morais.

Novaes diz que todas as medidas sanitárias de precaução e de proteção aos idosos devem ser tomadas, mas “sem parar a economia”. “Esse raciocínio desconsidera o fato de que, na opinião da comunidade cientifica internacional, é necessário parar o máximo de atividades possível para que os devastadores efeitos da pandemia sejam minorados nesse momento de propagação vertiginosa do vírus”, pontua a diretora do Sindicato Marianna Coelho, que representa os bancários de Brasília na Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

“O Sindicato colocou-se imediatamente em ação em busca de proteção à saúde e à vida dos bancários, clientes e usuários dos serviços prestados pelos bancos. Acompanhamos a evolução da crise sanitária e estamos cobrando medidas tempestivas e efetivas por parte das instituições financeiras e dos poderes públicos. No DF, conquistamos, inclusive, a decretação pelo governador da suspensão do atendimento ao público diretamente nas agências. Cobramos e apoiamos iniciativas dos governos que visem também minorar o impacto da crise econômica para os trabalhadores, os desempregados e os pequenos e médios empresários”, salienta Kleytton Morais.

Da Redação