Por que aderir à greve

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Ninguém gosta de greve. Os bancários também não. Mas quando os patrões se negam a negociar, como o que vem ocorrendo na mobilização deste ano, que já entrou no seu 28º dia sem que a Fenaban apresente uma proposta decente, a categoria se vê pressionada a manter a mobilização para que suas reivindicações sejam atendidas.

Ciente de que a greve é um forte recurso de reivindicação trabalhista, a Fenaban tem adotado uma postura que visa desmobilizar os bancários na luta pelos seus direitos. Um dos argumentos usados na 10ª rodada de negociação, na última quarta (28), é o percentual de adesão dos trabalhadores na greve. Manipulando esses dados, eles alegam que o índice de reajuste oferecido é proporcional ao grau de adesão.

Portanto, furar greve no momento atual enfraquece o movimento e dificulta no atingimento dos resultados esperados. Na última negociação, os bancos, não satisfeitos em ratificar a oferta de reajuste de 7%, ainda ofereceram um acordo com duração de dois anos, o qual contemplará reposição da inflação mais 0,5% de aumento real, para o período de 2017/2018,  trazendo perdas salariais no somatório dos dois anos. 

Mais uma vez, os bancos demonstraram falta de respeito e de compromisso com seus funcionários e clientes. Com relação às questões financeiras, a proposta significa uma perda acumulada de, aproximadamente, 2,2% em dois anos. Isso, a médio e longo prazo, será devastador não só para os salários, mas irá refletir em outras verbas, como 13º, FGTS, INSS e aposentadoria.

Além da reposição das perdas financeiras, os bancários também reivindicam melhoria nas condições de trabalho, fim das demissões arbitrárias, mais contratações, promoção da igualdade de oportunidades para todos, fim das discriminações para contratações e ascensão profissional de mulheres, negros, LGBT e pessoas com deficiência (PCDs).

Vale destacar que, mesmo com os lucros dos cinco maiores bancos chegando a R$ 30 bilhões nos seis primeiros meses de 2016, eles seguem desvalorizando a categoria e ainda insistem em reduzir seus quadros. De janeiro a agosto deste ano, foram demitidos 9.104 bancários, chegando perto do total de demissões ocorridas em 2015, que chegou a 9.886. A conta alta também vai para os clientes, que arcaram com um aumento de mais de 70% nas tarifas no último ano.

Nesse contexto e analisando o histórico de lutas e conquistas da categoria, o Sindicato conclama bancários e bancárias a fortalecerem as mobilizações no Distrito Federal. Vale ressaltar que os direitos e os salários aos quais os bancários têm acesso são resultados de muitos anos de lutas e greves, o que reforça a importância de se realizar um movimento forte e coeso, com ampla participação de todos.

Mais do que nunca, está na hora de todos os bancários se unirem. Esta luta é nossa. Participe!

Da Redação