Pelo emprego, bancários lutarão pela Convenção 158 da OIT

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Rede de Comunicação dos Bancários
Júnior Barreto (Contraf/CUT) e Patrícia Meyer (Seeb Curitiba)

O Encontro sobre Emprego realizado na quinta-feira de manhã, na 10ª Conferência Nacional dos Bancários, debateu propostas para a manutenção e aumento do emprego no setor. A mesa foi aberta com exposição de dados sobre a evolução do emprego bancário. Os dados demonstraram uma redução dos postos de trabalho em 44% nos últimos 15 anos. Em 1990, eram 753.636 trabalhadores bancários no país. Em 2002, o número caiu para 398.098. Após uma retomada no crescimento, em 2006, havia 422.219 bancários.

De acordo com o Dieese/SP, o grande investimento dos bancos em novas tecnologias, principalmente na década de 90, o crescimento dos correspondentes bancários e do processo de terceirização, as privatizações e o cenário de fusões e aquisições no setor bancário são os vilões da redução de postos de trabalho na categoria.

Sobre os correspondentes bancários, Marcel de Souza Gomes, do Dieese/SP, afirmou que enquanto o crescimento de agências e postos de atendimento bancário ficou em 3,37% entre 2002 e 2007, o aumento no número de correspondentes foi de 291,52%. No mesmo período, as demonstrações financeiras dos principais bancos também apresentaram um aumento expressivo de 219,97% nos gastos com terceirizações.

Os bancários também se mostraram preocupados com as condições de trabalho. As propostas não podem estar voltadas apenas para geração de empregos, mas sim para a remuneração digna, perspectiva de carreira e humanização das relações de trabalho.

Propostas

Dentre as propostas apresentadas no encontro, podem ser destacadas ações políticas e ampla campanha pela ratificação da Convenção 158 da OIT e a cobrança pela manutenção do emprego, dos direitos e benefícios dos trabalhadores envolvidos em fusões e aquisições. Também foram consideradas necessárias a adoção de medidas de proteção aos direitos e ao atendimento de qualidade aos clientes e usuários, fiscalização das atribuições dos estagiários, igualdade de oportunidades e ampliação do emprego para setores discriminados como negros e pessoa com deficiências, além da extensão do horário de atendimento dos bancos com criação de dois turnos de trabalho.

De janeiro de 2007 até maio de 2008, 42% dos tipos de desligamentos na categoria bancária são sem justa causa. Destes desligamentos, 44,8% são de bancários com menos de 30 anos e 57% tinham até cinco anos de vínculo. O que demonstra a alta rotatividade no setor.

Deise Recoaro, secretária de formação da Contraf/CUT que coordenou a mesa, citou diversos fatores que tornam urgente uma campanha nacional pela ratificação da convenção 158. Dentre eles, o assustador número de demissões por motivos banais no setor bancário e a recente derrota em uma das comissões que discute a medida no Congresso.

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