Para presidente da CUT Brasília, Central deve fortalecer princípios para defender democracia

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Mais de três décadas após o fim do sistema ditatorial, que vigorou por 21 anos no Brasil, o país corre o risco de sofrer um golpe político que acarretará sérios problemas na jovem democracia brasileira. Para defender e avançar no sistema democrático, o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto, afirma ser necessário que a Central fortaleça seus princípios, sustentados pela independência, autonomia e solidariedade de classe, visando a construção do socialismo. O assunto foi um dos temas tratados no programa TV Bancários veiculado na última sexta-feira (8) pela TV Comunitária do DF.

“Nós não aceitaremos retrocesso no nosso país. Não aceitaremos que a democracia seja retirada de nós. Estaremos atuando de acordo com os nossos princípios, e convidando a juventude para conhecer e participar dos seus sindicatos, para que ela seja protagonista dessa história. Queremos construir mais 32 anos de lutas, conquistas e grandes vitórias para a classe trabalhadora. Precisamos desses jovens para conquistarmos isso através da luta coletiva, pois o individualismo não leva a nada”, destacou Britto.

O presidente da CUT Brasília lembrou que a Central foi fundada em um momento crucial da história, durante a redemocratização do Brasil. Com isso, a CUT nasceu para defender não só questões corporativistas, mas, sobretudo, todas as pautas de interesse social. Para Rodrigo Britto, este papel deve continuar evidente.

Durante a entrevista, Britto também ressaltou que, nesses 32 anos de existência, a Central “conseguiu que a classe trabalhadora tivesse avanços importantes e desse um salto na organização de classe”. Isso resultou na produção de políticas como a valorização do salário mínimo e na resistência contra os ataques aos direitos trabalhistas, a exemplo do PLC 30, “o projeto da escravidão, que quer precarizar e roubar os direitos da classe trabalhadora”. O projeto tramita no Senado.

Para que garanta êxito, o presidente da CUT Brasília avalia que a ação da Central e dos seus sindicatos filiados deve ter como apoio um tripé que contemple comunicação, formação e trabalho de base. Ele relata que, desde 2012, a CUT Brasília investiu nessas ações e garantiu crescimento expressivo no número de entidades filiadas. “Em 2012, a CUT Brasília tinha 76 entidades filiadas. Hoje, são mais de 100 entidades filiadas”, disse.

Durante a entrevista no TV Bancários, o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto, mostrou preocupação quanto à reforma da Previdência, que vem sendo pautada pelo governo federal. “Qualquer medida que for tomada para prejudicar trabalhador, seremos contra. Quem tanto lucrou em momentos bons, que pague pelas dificuldades nos momentos ruins”, ressaltou. Ele ainda disse que a CUT Brasília prepara um seminário sobre o tema, para o final de janeiro, com o objetivo de “discutir propostas à reforma da Previdência a serem apresentadas ao governo federal”.

Outro ponto destacado por Rodrigo Britto foi a necessidade da democratização da mídia. Para ele, o sistema de comunicação concentrado na mão de poucas famílias, principalmente na Marinho (dona do sistema Globo de Comunicação), impede que a classe trabalhadora apresente e conquiste suas pautas. “A mídia tem lado, e não é o lado da classe trabalhadora e da maioria da sociedade brasileira”, refletiu.

Clique aqui e veja a íntegra da entrevista do presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto, ao TV Bancários.

Fonte: CUT Brasília