“Isso não é reforma, é desmonte” ou “Qual a regra para aposentar deputado federal, senadores e políticos em geral?” e ainda “Sou contra esse retrocesso que atinge os mais pobres e fará com que os brasileiros tenham que trabalhar mais e receber menos”. Essas foram algumas colocações críticas da reforma da Previdência feitas pelos parlamentares, membros da comissão especial da Câmara que votaram contra o relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) à PEC 6, nesta quinta-feira (04).
O texto-base teve votos contrários de 13 parlamentares, entre eles o deputado federal professor Israel Batista (PV-DF), que diz que as alterações feitas no texto não são suficientes, “não contemplam o que a gente considera justo.Previdência sempre precisa de ajustes. Mas do jeito que o governo está fazendo, eu não compreendo a que interesse eles estão respondendo”.
Embora reconheça a necessidade de ajustes da Previdência, a oposição criticou o projeto, reiterando que antes é preciso discutir uma reforma tributária, com taxação de grandes fortunas e heranças, além de cobrar dos devedores. “Esta proposta é injusta porque retira dinheiro dos mais pobres e não combate privilégios. Essa PEC não!”, enfatizou o deputado Henrique Fontana (PT-RS).
A deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP) acrescentou: “A reforma da Previdência é uma farsa que não ataca os verdadeiros privilegiados e foi feita sob encomenda dos bancos e dos especuladores”.
Outros 36 membros da comissão votaram favoráveis à matéria, com o argumento de que a reforma é o primeiro passo para recuperar a economia, permitindo a retomada da confiança, com o consequente aumento dos investimentos e dos empregos. No entanto, para especialistas, essa alegação não passa de falácia.
Tramitação
Agora estão sendo analisados os 29 destaques apresentados. Depois desta etapa, o texto irá para plenário. Serão necessários os votos favoráveis de três quintos dos deputados (308) e senadores (49) em duas votações em cada casa para aprovação.
A expectativa dos parlamentares favoráveis ao projeto é que a primeira rodada aconteça ainda neste semestre, antes do recesso parlamentar, que começa em 18 de julho. Se a reforma não for votada pela Câmara até lá, os deputados só voltarão a analisá-la em agosto.
Hora de pressionar
Bancários, agora é hora de se manterem mobilizados e pressionar os deputados a votarem contra a proposta desta massacrante reforma e dizer: “Quem votar, não volta”. Para isso, a CUT disponibiliza o site Na Pressão, que facilita o processo de pressão da sociedade sobre os parlamentares.
Conheça os deputados que aprovaram a destruição da sua aposentadoria
Votaram SIM:
Alex Manente (Cidadania-SP)
Alexandre Frota (PSL-SP)
Arthur de Oliveira Maia (DEM-BA)
Beto Pereira (PSDB-MS)
Bilac Pinto (DEM-MG)
Capitão Alberto Neto (PRB-AM)
Celso Maldaner (MDB-SC)
Daniel Freitas (PSL-SC)
Daniel Trzcial (PSDB-RS)
Darci de Matos (PSD-SC)
Darcisio Perondi (MDB-RS)
Diego Garcia (Podemos-PR)
Delegado Eder Mauro (PSD-PA)
Doutor Frederico (Patriota-MG)
Evair de Melo (PP-ES)
Fernando Rodolfo (PL-PE)
Flaviano Melo (MDB-AC)
Filipe Barros (PSL-PR)
Giovani Cherini (PL-RS)
Greyce Elias (Avante-MG)
Guilherme Mussi (PP-SP)
Heitor Freire (PSL-CE)
Joice Halssemann (PSL-SP)
Lafayette Andrada (PRB-MG)
Lucas Vergilio (Solidariedade-GO)
Marcelo Moraes (PTB-RS)
Marcelo Ramos (PL-AM)
Paulo Ganime (Novo-RJ)
Paulo Martins (PSC-PR)
Pedro Paulo (DEM-RJ)
Ronaldo Carletto (PP-BA)
Samuel Moreira (PSDB-SP)
Silvio Costa Filho (PRB-PE)
Stephanes Junior (PSD-PR)
Toninho Wandscheer (Pros-PR)
Vinicius Poit (Novo-SP)
Votaram NÃO:
Alice Portugal (PCdoB-BA)
Aliel Machado (PSB-PR)
André Figueiredo (PDT-CE)
Carlos Veras (PT-PE)
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Heitor Schuh (PSB-RS)
Henrique Fontana (PT-RS)
Israel Batista (PV-DF)
Joenia Wapichana (Rede-RR)
Jorge Solla (PT-BA)
Lídice da Mata (PSB-BA)
Paulo Ramos (PDT-RJ)
Sâmia Bonfim (PSOL-SP)
Mariluce Fernandes
Do Seeb