O assunto agora é a campanha salarial 2008

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Os bancários iniciam as discussões da campanha salarial 2008 em meio a grandes desafios. O quadro da batalha que se anuncia é, essencialmente, o mesmo dos últimos anos. Contrastando com o baixo nível das remunerações e com a série de dificuldades enfrentadas pela categoria, do outro lado da mesa encontram-se os patrões que se locupletam com seguidos recordes em lucros produzidos pelos trabalhadores, sem a menor cerimônia em explorá-los até a última gota de suor.

Na face dos bancários, acentua-se a expressão dos sacrifícios, pela luta que travam contra o aperto de todo fim de mês, contra o acúmulo de trabalho, contra o assédio moral e contra a deterioração das condições de saúde.

A cada ano, fica mais pesada a carga sobre os ombros dos trabalhadores, como demonstra recente pesquisa sobre o setor bancário, feita pela própria Federação Nacional dos Bancos (Febraban). Desde o ano 2000, o número de contas correntes nas instituições financeiras subiu 76% – de 63,7 milhões para 112,1 milhões. O número de bancários no período, no entanto, aumentou ape-nas 31%: saltou dos 323,2 mil postos de trabalho para 422 mil.

Os dados da pesquisa revelam também que o crescimento vertiginoso do volume de trabalho frente à carência de mão-de-obra só não levou a uma situação de caos absoluto porque os bancos usaram da estratégia de empurrar clientes para fora das agências. Postos eletrônicos e correspondentes bancários chegaram a 80% das dependências físicas disponibilizadas pelos bancos.

Enquanto o número de agências bancárias aumentou apenas 11,7% nos últimos sete anos, o de correspondentes bancários cresceu 514,2%. Os caixas eletrônicos também tiveram evolução expressiva entre 2000 e 2007: 140,7%.

O perfil profissional do bancário está sendo alterado pelo foco na venda de produtos. A pressão para que se especialize em empurrar cartões e seguros nos clientes é cada vez maior. 

A luta é, portanto, contra a exploração e a descaracterização do trabalho bancário. O Sindicato empenhará toda a sua força na construção de uma campanha sala-rial que esteja à altura dos desafios colocados.
“Contamos com a participação solidária de cada bancário e cada bancária de Brasília. Vamos nos organizar a partir dos locais de trabalho, debater em assembléias e definir as propostas que levaremos para a Conferência Nacional dos Bancários, onde será definida a nossa pauta de reivindicações”, convoca o presidente do Sindicato, Rodrigo Britto.

Calendário da campanha salarial 2008

Junho/julho – Eleição de delegados sindicais.
5 e 12/7 — IV Congresso dos Bancários de Brasília.
25/7 — Encontros temáticos nacionais para discutir remuneração, saúde e segurança bancária, em São Paulo.
26 e 27/7 — 10ª Conferência Nacional dos Bancários.
28 e 29/7 — Congressos nacionais de bancos.
1º de agosto – Posse dos delegados sindicais.