No 8º dia da greve, Fenaban eleva reajuste para 7,5%

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Após oito dias de uma forte greve nacional, que vem crescendo dia a dia, a Federação de Bancos (Fenaban) apresentou ao Comando Nacional dos Bancários nesta terça-feira 25 uma nova proposta econômica, que eleva para 7,5% o índice de reajuste dos trabalhadores; para 8,5% o aumento do piso salarial e dos auxílios-refeição e alimentação; e para 10% a parcela fixa da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), assim como dos tetos da regra básica e do adicional.

O Comando Nacional, coordenado pela Contraf-CUT, está reunido neste momento, em São Paulo, para avaliar a proposta e definir qual a orientação que passará às assembleias que serão realizadas nesta quarta-feira 26 pelos 137 sindicatos representados pela entidade em todo o país. Na sequência, fará a nova rodada de negociações das reivindicações específicas com o Banco do Brasil e com a Caixa Federal.

Os bancários deflagraram a greve nacional no dia 18 de setembro, depois de rejeitarem a proposta anterior dos bancos, de 6% de reajuste sobre todas as verbas salariais.

Pela nova proposta da Fenaban, as cláusulas econômicas da Convenção Coletiva dos Bancários ficariam assim:

Reajuste – 7,5% (aumento real de 2,02% pelo INPC).

Piso – R$ 1.519 (reajuste de 8,5%, o que significa 2,95% de ganho real).

Caixa – R$ 2.056,89 (reajuste de 8,24%, o que representa 2,70% de aumento real).

Auxílio-refeição – R$ 472,15 (R$ 21,46 por dia), o que representa reajuste de 8,5%.

Cesta-alimentação e 13ª cesta-alimentação – R$ 367,90 (reajuste de 8,5%).

PLR – Regra básica: 90% do salário mais R$ 1.540 fixos (reajuste de 10%), com teto de R$ 8.414,34. Caso a distribuição do lucro líquido não atinja 5% com o pagamento da regra básica, os valores serão aumentados para 2,2 salários, com teto de R$ 18.511,54.

PLR adicional – 2% do lucro líquido distribuídos linearmente, com teto de R$ 3.080 (reajuste de 10%).

Antecipação da PLR – 54% do salário mais valor fixo de R$ 924,00, com teto de R$ 5.166,01 e parcela adicional de 2% do lucro líquido do primeiro semestre distribuído linearmente, com teto de R$ 1.540,00.

A antecipação da PLR será paga até dez dias após a assinatura da Convenção Coletiva e a segunda parcela até 1º de março de 2013.

Avanços sociais

No tema saúde dos trabalhadores, a Fenaban aceitou a reivindicação de que os salários dos bancários afastados que aguardam perícia médica sejam mantidos pelos bancos até que seja regularizada a situação junto ao INSS. Há inúmeros casos em que o trabalhador recebe a alta programada do INSS, mas acaba sendo considerado inapto no exame de retorno ao trabalho realizado pelos bancos, ficando sem benefício do INSS e sem salário.

A Fenaban também assumiu o compromisso com a proposta do Comando de fazer um projeto-piloto para experimentar medidas defendidas pelos bancários e vigilantes para a melhoria da segurança nos bancos, como portas de segurança, biombos entre a fila e os caixas, e divisórias entre os caixas, inclusive os eletrônicos, dentre outras demandas. A Fenaban indicou as cidades de Recife, Olinda e Jaboatão para a realização do projeto-piloto, com participação e acompanhamento dos bancários nas etapas.

Os bancos aceitaram ainda a proposta do Comando de realizar um novo censo na categoria para verificar questões como gênero e raça, na perspectiva da igualdade de oportunidades, nos moldes do Mapa da Diversidade, feito em 2008.

Não desconto dos dias parados

Em relação aos dias de greve, a Fenaban propôs a manutenção da regra de compensação dos dias parados até 15 de dezembro deste ano, nos mesmos moldes da convenção coletiva do ano passado.

Orientação do Comando Nacional

O Comando Nacional, coordenado pela Contraf-CUT, avaliou que os avanços econômicos na nova proposta dos bancos só foram possíveis em consequência da força da greve nacional, iniciada no dia 18 de setembro, que nesta terça-feira fechou 9.551 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados em todo o país.

Os bancários garantem aumento real pelo nono ano consecutivo e nova valorização do piso, dando mais um passo firme na recomposição do poder de compra dos salários. A proposta também aumenta os vales refeição e a cesta alimentação acima do reajuste salarial, diante do impacto maior dos alimentos na inflação. Há também avanços sociais.

As reivindicações não atendidas serão objeto de discussões nas mesas temáticas de saúde do trabalhador, segurança bancária, igualdade de oportunidades e terceirização, bem como serão focadas nas negociações banco a banco sobre temas fundamentais como a geração de empregos, o fim da rotatividade e a melhoria das condições de trabalho.

Desta forma, o Comando Nacional decidiu orientar as assembleias dos sindicatos, que serão realizadas nesta quarta-feira 26, a aprovarem a nova proposta da Fenaban.

Fonte: Contraf-CUT