Neurodivergentes: 12° Congresso Distrital também é palco da inclusão e igualdade

0

A luta em busca da igualdade de oportunidades e por uma gestão anticapacitista nas instituições financeiras foram eixos importantes levantados durante o 12º Congresso Distrital dos Bancários do DF e Entorno, realizado no último sábado (1°/).

Durante o evento, representantes do Movimento dos Neurodivergentes do Banco do Brasil apresentaram um documento (leia ao final da matéria) com reivindicações do grupo. O objetivo é apontar a adoção urgente de ações e medidas que assegurem o acesso pleno aos direitos para todos os trabalhadores, conforme estabelece a lei.

> Sindicato cobra gestão anticapacitista no BB e na Caixa em audiência na Câmara

De acordo com Priscilla Reis, autista, TDAH, deficiente física, mãe e esposa de autistas, advogada e funcionária do Banco do Brasil há 17 anos, o Movimento dos Neurodivergentes do BB é um grupo independente, com membros em todos os estados, feito por pessoas diversas, voluntárias e engajadas em transformar o banco.

Segundo Priscilla, os termos ‘neurodivergentes’ ou ‘neuroatípicos’ referem-se a indivíduos que possuem funcionamento neurológico diferente dos padrões considerados ‘típicos’ pela sociedade, como autismo, TDAH, dislexia, altas habilidades, bipolaridade, entre outros.

O IBGE estima que o número de autistas represente entre 1% e 2% da população, o que, considerando a quantidade de empregados na Caixa, seriam entre 800 e 1.600 os pertencentes a esse grupo, de forma proporcional. Já o programa Neurodiversidade no Trabalho, da Universidade Stanford, afirma que haja entre 15% e 20% de neurodivergentes na população brasileira, o que representaria de 12 a 16 mil empregados na Caixa, proporcionalmente.

Entre outros pontos, o grupo reivindica a criação de um comitê específico e permanente, gerido por profissionais competentes e neurodivergentes; o cumprimento das cotas de ingresso de pessoas neuroatípicas; prioridade de trabalho em regime home office; bem como a realização de campanhas de conscientização.

“O Banco do Brasil e a Caixa Econômica contam uma população neurodiversa gigantesca, por isso, possuem uma responsabilidade social significativa. É imperativo que essas empresas liderem uma mudança na cultura assediadora, ouçam as queixas de seus funcionários, reconheçam e incentivem suas potencialidades e transformem seus ambientes em locais verdadeiramente adaptados, inclusivos e diversos”, pontuou Priscilla.

“O Sindicato de Brasília se solidariza com os empregados e as empregadas neurodivergentes e se coloca à disposição para enfrentarmos juntos essa batalha. O papel inclusivo dos bancos públicos na sociedade brasileira também precisa ser refletido dentro das instituições com políticas que tratam desigualmente os desiguais. O princípio da isonomia é assegurar a todos os indivíduos oportunidades iguais, mas sem deixar de considerar as condições diferentes de cada um”, avaliou o secretário-geral do Sindicato, Antonio Abdan.

Abaixo, a íntegra do documento:

documento-ao-sindicato-1

Leidiane Souza
Colaboração para o Seeb Brasília