Negociações salariais garantem manutenção do poder de compra

0

Com o objetivo de oferecer subsídios para as negociações da campanha nacional da categoria, o diretor do Sindicato Antonio Eustáquio apresentou estudo elaborado pelo Dieese sobre a evolução do salário e outros indicadores do setor bancário que podem servir de parâmetros para a formação do índice de reajuste salarial e composição da remuneração do bancário.

Com o objetivo de oferecer subsídios para as negociações da campanha nacional da categoria, o diretor do Sindicato Antonio Eustáquio apresentou estudo elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre a evolução do salário e outros indicadores do setor bancário que podem servir de parâmetros para a formação do índice de reajuste salarial e composição da remuneração do bancário.

Citando dados do Dieese, o diretor do Sindicato lembrou que, das negociações (656) de reajuste salarial no país em 2006, 96% garantiram a manutenção do poder de compra dos salários estabelecidos na data-base anterior, com reajustes iguais ou superiores à variação acumulada do índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é o melhor apurado desde a implantação da pesquisa, em 1996.

Segundo a pesquisa, 86% das negociações registradas no Sistema de Acompanhamento de Salários (SAS) do Dieese tiveram reajustes superiores à inflação, ou seja, foram conquistados ganhos salariais reais em relação ao ano anterior.

Já no primeiro semestre de 2007, o setor bancário dá sinais de que este deve ser um ano de lucros recordes. O balanço trimestral dos cinco maiores bancos (Banco do Brasil, Caixa Econômica, Bradesco, Itaú e ABN Amro) registrou um expressivo crescimento de 27,8% do lucro líquido. Entre eles, o ABN registrou o maior crescimento (56,5%) do lucro líquido. O Itaú contabilizou o maior lucro líquido trimestral de 2007, no valor de R$ 1,9 bilhão. "Por isso, o ambiente é positivo para uma campanha salarial vitoriosa. Basta inteligência e capacidade de negociação", destacou Eustáquio.

Antonio Eustáquio lembrou ainda que à exceção da data-base de 2003, nas três últimas, a categoria bancária conquistou, além da reposição salarial, ganhos reais. Com isso, o reajuste acumulado desde 2003 é igual a 34%, para uma inflação de 34,3% pelo IVC/Dieese e de 35,4% pelo INPC/IBGE, acumulando uma perda salarial de 0,22% e 1,03% em relação aos respectivos indicadores de inflação. No entanto, frisou Eustáquio, ao considerar o acréscimo da parcela fixa de R$ 30,00 nos salários até o valor R$ 1.500, o reajuste acumulado varia numa faixa entre 36,5% a 39,3%.

O diretor do Sindicato também fez uma breve análise sobre a evolução do emprego bancário. Se em 1986 a categoria representava um milhão de trabalhadores, em 1996 foi reduzida para 497.000 bancários ou seja, em 10 anos, 503.000 postos de trabalho foram suprimidos. Esse número, segundo Eustáquio, continuou a cair até 2002. No ano seguinte, já durante o governo Lula, a categoria começa a recuperar postos de trabalho, principalmente após a ampliação dos quadros no BB e Caixa.

Privatização do BRB

Eustáquio informou que o Sindicato prepara uma campanha contra a privatização do BRB. "Lutaremos com todos os meios ao nosso alcance para impedir a venda do banco, intenção manifestada em 25 de junho pelo governador do DF, José Roberto Arruda (DEM). "O BRB é patrimônio do povo de Brasília e imprescindível para o desenvolvimento regional", completou.