Negociações permanentes com a Caixa serão retomadas nesta sexta. Bancários vão cobrar revogação de CI sobre a compensação dos dias parados

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A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), assessorada pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE), e a Caixa Econômica Federal retomam nesta sexta-feira (11) as negociações permanentes. Entre os principais assuntos que serão discutidos está a implantação da Comissão de Conciliação Voluntária (CCV) para 7ª e 8ª horas. Os representantes dos empregados cobrarão também a revogação da CI DEPES/DECON 009/2011, sobre a compensação dos dias parados durante a greve, que informa a inclusão dos dias parados no AVGestão e AVMatriz, instrumentos utilizados para medir a performance das unidades.

 

Para o Sindicato, a CI visa exclusivamente perseguir e punir os empregados que participaram da paralisação, pois induz os gestores a cobrarem a compensação das duas horas diárias de serviço extraordinário, o máximo permitido além da jornada, independentemente da disponibilidade do funcionário, além de jogar empregados que não fizeram greve contra os que fizeram, uma vez que o resultado da unidade interessa a todos da dependência.

 

Segundo a redação da cláusula do acordo coletivo assinado em outubro passado, a compensação deve ser realizada em até duas horas extras por dia, de segunda a sexta-feira, exceto feriados, até o dia 15 de dezembro, sem qualquer desconto. Qualquer saldo remanescente após o prazo final será anistiado.

 

A postura adotada pela Caixa estimula a prática de assédio moral no ambiente de trabalho e é completamente condenada pelo Sindicato. A orientação é que os empregados observem os termos do acordo e realizem as horas extras para regularizar as pendências ocasionadas pela greve. “Os empregados também não devem assinar individualmente nenhum documento ou planilha com cronograma para compensação das horas”, orienta o diretor do Sindicato e empregado da Caixa Antônio Abdan.

 

“O governo queria descontar os dias da greve, não conseguiu. A Caixa queria estender até junho de 2012 o prazo para compensação das horas da greve, também não conseguiu. Agora quer punir os empregados que fizeram greve, impondo-lhes o cumprimento de duas horas extras diárias, até 15 de dezembro. Tal iniciativa não condiz com uma empresa que se intitula socialmente sustentável e que busca ser um dos melhores locais para se trabalhar”, afirma Abdan.

Pricilla Beine
Do Seeb Brasília