Negociações não avançam na Caixa e bancários se preparam para a greve

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Com mais uma negativa da Caixa Econômica Federal para reivindicações importantes, como contratação de mais empregados, valorização do piso, melhorias no Saúde Caixa e questões relativas aos aposentados e à Funcef/Prevhab, como a incorporação do REB ao novo plano e o fim da discriminação aos bancários que permanecem no Reg/Replan não saldado, só resta aos trabalhadores deflagrarem greve para forçar a empresa a rever sua postura e apresentar uma proposta que contemple as reivindicações dos empregados.

Na quarta rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários, assessorado pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), realizada em Brasília nesta quarta-feira (21), a Caixa se limitou a reapresentar a proposta insatisfatória da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban): 7,8% sobre todas as verbas (piso, salários, vales refeição, alimentação, auxílio-creche), o que equivale a apenas 0,37% de aumento acima da inflação medida pelo INPC do período. A proposta foi rejeitada ainda na mesa de negociação.

Em relação às reivindicações específicas, a Caixa apresentou proposta em que se compromete a manter as seguintes cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT): adiantamento do 13º salário em fevereiro e novembro, adicional de trabalho em horário noturno, auxílio funeral, isenção de anuidade do cartão de crédito, juros do cheque especial, com exclusão dos aposentados e pensionistas, ausências permitidas, escala de férias/licença-prêmio, parcelamento do adiantamento de férias, licença-maternidade, licença-adoção, estabilidades provisórias de emprego, multa por irregularidade em cheque, suplementação do auxílio-doença, adicional de insalubridade e periculosidade e procedimentos em caso de assalto e sequestro.

A empresa ainda garantiu a licença para tratamento de saúde, trabalho da gestante, intervalo para descanso, comissão de negociação, homologação das rescisões contratuais, desconto assistencial, delegados sindicais, utilização de malote, negociação permanente, portal da Universidade Caixa para dirigentes sindicais, enquadramento após contrato de experiência, grupos de trabalho (GT) Saúde do Trabalhador e Sipon.

“Após quatro rodadas, a Caixa não avançou nas negociações. Diante desse cenário, orientamos que os empregados participem em massa da assembleia nesta quinta-feira para rejeitar as propostas da Caixa e da Fenaban e aprovar a greve para a próxima terça-feira (27)”, afirma Jair Ferreira, coordenador da CEE/Caixa e diretor vice-presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae).

PLR Social

Conquista da Campanha Nacional 2010, a PLR Social voltou a ser cobrada pelo Comando na negociação desta quarta-feira. Em resposta, a negociadora da Caixa Ana Telma disse que ainda estão sendo realizados estudos sobre a viabilidade de concessão do benefício na Campanha deste ano.

Saúde Caixa

Também integrante da CEE/Caixa, Plínio Pavão cobrou uma solução urgente para o superávit do Saúde Caixa. “Acumulados desde 2004, mais de R$ 100 milhões aguardam destinação. Como só podemos utilizar o superávit do ano nos 12 meses seguintes, precisamos encontrar uma forma de reinvestir esse montante em benefício dos empregados”, observou. “Estamos com muita esperança de aplicar logo esses recursos”, completou Jair.

Ainda em relação ao Saúde Caixa, a empresa se dispôs a ampliar a cobertura do plano de saúde para os filhos dos empregados com idades entre 21 e 24 anos incompletos, sem emprego, estudantes universitários ou formados, na categoria de dependente indireto.

Em relação à promoção por mérito, outra reivindicação dos empregados, a negociadora da Caixa garantiu sua realização em 2012. Ana Telma também garantiu a manutenção da comissão paritária para definição dos critérios.

Cipas

Quanto à Cipa, a Caixa atendeu a reivindicação da CEE/Caixa e aceitou a participação das entidades sindicais nos cursos. A Caixa concordou em elaborar de forma conjunta as Semanas Internas de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Sipats).

Jornada de Trabalho

Quanto à jornada de trabalho, a Caixa propôs o acréscimo de dois parágrafos no ACT que regula o trabalho em escala. Para a empresa, “a jornada nos casos de serviços prestados em regime de escala observará o previsto na cláusula, à exceção da limitação quanto ao trabalho aos sábados, domingos e feriados”.

Nos casos de regime de escala, a Caixa assegura ao empregado a observância da sua jornada semanal, se for o caso, bem como a coincidência dos repousos semanais preferencialmente aos domingos, na forma da lei, não sendo devido o pagamento de horas extraordinárias ou qualquer outro tipo de indenização ou benefício caso não extrapolada a jornada diária e semanal, conforme o caso.

“Os empregados exigem que a Caixa seja mais clara na apresentação da cláusula que regulamenta essa questão. Os bancários não vão aceitar trabalhar sem o pagamento das horas extras. O normativo como está descrito atualmente é extremamente nocivo aos empregados”, afirma Wandeir Severo, diretor do Sindicato e empregado da Caixa.

Desde 1º de setembro, data da primeira rodada de negociação específica entre o Comando Nacional dos Bancários e a Caixa, os bancários apresentaram toda a pauta específica, aprovada pelo 27º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef). Nas três rodadas, os empregados tiveram suas principais demandas negadas pelo banco.

Todos à assembleia nesta quinta, às 18h30, na Praça do Cebolão

A direção do Sindicato, seguindo orientação do Comando Nacional, convoca os bancários do Distrito Federal para assembleia nesta quinta-feira (22), às 18h30 em primeira convocação e às 19h em segunda e última convocação, na Praça do Cebolão, no Setor Bancário Sul (em frente ao edifício Sede I do Banco do Brasil), para rejeitarem a proposta apresentada pela Fenaban e pela Caixa e aprovarem indicativo de greve para a próxima terça-feira (27).

“É de suma importância a participação massiva de todos na assembleia para rejeitarmos a proposta e aprovarmos a greve para o dia 27. Desta forma, se não tivermos avanços significativos na negociação de sexta, já estaremos preparados e cumprindo os prazos legais para iniciarmos a mais forte greve da história dos bancários”, orienta o presidente do Sindicato, Rodrigo Britto.

Rodrigo Couto
Do Seeb Brasília