Negociação específica com BB segue sem avanços para os bancários

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O Comando Nacional dos Bancários e a Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB) se reuniram nesta sexta-feira (11). no Edifício Sede III, para negociar as cláusulas sociais e sindicais do acordo específico dos funcionários do BB. “Mas foi só mais uma reunião, não teve avanço. Todas as justificativas são de que eles (os representantes do BB) têm de esperar o posicionamento da Fenaban”, ressalta Marcel Barros, secretário geral da Contraf-CUT e coordenador da CEBB.

Um dos principais pontos da minuta de reivindicações específicas é a cláusula quarta, que trata da implantação do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS). Os representantes patronais simplesmente se recusaram a tratar o assunto, dizendo não ter autorização da Dest (Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais) para isso. “O banco se engana se acredita que esse assunto será deixado de lado tão facilmente. Outras instituições já fizeram esse debate e conseguiram modificar seus planos de carreira. Os funcionários do BB não admitirão que essa resposta do banco seja final e irão para as ruas pressionar o banco e o governo para modificar essa posição", afirma Marcel Barros.

Quanto à contratação de mais empregados, o banco ainda não deu uma definição sobre o assunto. Informou apenas que pretende fazer uma proposta em breve, adiantando que será polêmica. Na maioria das questões, os representantes patronais disseram que só vão se posicionar depois da reunião do Comando Nacional dos Bancários com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que ocorrerá dia 17 de setembro. 

Uma nova reunião de negociação foi pré-agendada para o dia 18 de agosto, às 10h. O local ainda não foi definido. “Os bancários têm de continuar mobilizados e preparados para a luta. Ainda mais nessa situação sem progresso”, avalia Eduardo Araújo, representante da Federação Centro-Norte na CEBB e diretor do Sindicato.

Comunicação

Os trabalhadores começaram a negociação protestando junto ao banco com relação às informações desencontradas apresentadas pelo banco a respeito da mudança da lateralidade nas agências com até sete funcionários, anunciada pela empresa na última negociação, ocorrida no dia 1º de setembro. Na ocasião, o banco informou aos representantes dos trabalhadores que qualquer bancário poderia ser nomeado substituo dos funcionários ausentes, inclusive os lotados na mesma agência. Mais tarde, a empresa divulgou comunicado interno retificando a informação e dizendo que os bancários da mesma agência não poderiam ser substitutos.

Diante do protesto dos bancários, a empresa alegou falha na comunicação entre as partes, dizendo que a proposta do banco realmente impede que funcionários da mesma agência sejam nomeados. Para o movimento sindical, tanto o erro da empresa quanto a proposta não se justificam. "Em nosso entender, qualquer trabalhador tem capacidade e deveria receber pela substituição, mesmo os lotados no mesmo local de trabalho", afirma Marcel Barros.

Equidade

Na continuidade da negociação, o banco concordou em renovar com o mesmo texto algumas cláusulas do aditivo atual, como: adiantamento do 13º salário; ausências remuneradas e permitidas; indenização por morte; movimentação de pessoal; anualização da licença-prêmio; escala de férias, entre outras.
O banco afirmou também ter permissão para apresentar propostas que contemplem a questão da equidade de gênero. Além disso, reforçou que pretende apresentar proposta para a criação de comitês de ética para combater o assédio moral na empresa.
Outro ponto apresentado pelos trabalhadores foi a situação da licença-adoção para casais homoafetivos. O banco informou que tem disposição em avançar nessa cláusula.

Também com relação a trabalhadores que foram vítimas de assalto ou sequestro, o banco concorda em garantir adiantamentos para as pessoas que tenham que ficar fora de sua residência ou cidade por conta dos efeitos da ocorrência.

Bancos incorporados

A situação dos funcionários do Besc e Nossa Caixa ainda não foi resolvida. O banco afirmou que eles ainda estão em fase de levantamento de dados para depois decidir como ficarão as questões do plano de previdência e assistência de saúde. Apesar de incorporados, esses bancários ainda não têm os mesmos direitos dos empregados do BB.