Mulheres criam Observatório para combater retrocessos e ampliar direitos

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O Sindicato e a Fetec-CUT/CN participaram do Seminário das Mulheres – Trabalhadoras em luta: Derrotar retrocessos e ampliar direitos, que teve como principal objetivo avaliar os prejuízos sofridos com a instauração do governo ilegítimo de Michel Temer e montar uma frente de resistência. O evento, promovido pela CUT Brasília, nesta segunda-feira (5), no Clube dos Comerciários, contou com a presença da senadora Gleisi Hoffmann (PT/PR), da deputada federal Erika Kokay (PT-DF) e da ex-ministra da Secretária Especial de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci.

O Seminário aprovou, entre outros pontos, a criação de um Observatório para acompanhar de perto e combater as iniciativas do atual governo que possam trazer prejuízos às mulheres trabalhadoras. E todas as participantes foram unânimes ao apontar que o público feminino é o mais afetado em todas as medidas adotadas pelo atual “governo”.

Além do debate ideológico, o Seminário trouxe um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), sobre a expressão feminina na sociedade, o crescimento de sua representação econômica, social e política nos últimos anos, e como essa camada ainda sofre em relação à discriminação salarial, desigualdade de oportunidades, o sexismo e o cerceamento das políticas públicas.

“A pesquisa do Dieese comprova que nos momentos de crise mundial as mulheres foram as que mais sofreram as consequências”, destaca a secretária de Mulheres do Sindicato, Helenilda Cândido. 

Para Cida Sousa, secretária de Mulheres da Fetec-CUT/CN, é muito importante levar para os bancários e para toda a sociedade esse debate sobre o retrocesso que o governo interino está implementando. “Nos últimos anos, tivemos muitas conquistas graças à nossa luta. Agora estão nos retirando direitos e temos de resistir. É obrigação de todo o movimento sindical ir para a rua fazer essa discussão e lutar para garantir nossos direitos”, afirma.

Cerceamento das conquistas

A ex-ministra Eleonora Menicucci reforçou que as mulheres realmente saíram no prejuízo por conta dos cortes de Michel Temer nos benefícios e nos programas sociais inclusivos. “Afinal, somos 52% da população e mães do restante. Na falta da escola ou da creche para o filho, é a mãe quem padece”, enfatizou, acrescentando que o mesmo acontece quando o casal está fora do mercado de trabalho.


“Com o sucateamento dos direitos e o cerceamento das conquistas, as mulheres, mães de família e trabalhadoras, são as que mais sofrem com as mudanças sexistas que estão sendo instauradas pelo presidente interino, apoiado por um Congresso pleno de fundamentalismo religioso, machista e punitivo”, endossou a deputada Erika Kokay.

“As mulheres são as primeiras e as maiores vítimas de todo regime de recessão, de toda ruptura democrática e de toda ameaça de direitos”, lamentou a bancária e deputada. Erika complementou: “Nossas conquistas foram tecidas com muita dor, com muita resistência e coragem, e agora estão sendo ameaçadas por esses segmentos fascistas, fundamentalistas, que estão cobrando a conta do governo golpista”.

“O momento é de organizar nossas mulheres e resistir, pois estamos sofrendo um atentado aos direitos e nós somos sempre as primeiras atingidas num desmonte de um estado de bem-estar social, por isso é muito importante resistirmos e não deixarmos esse golpe avançar”, alertou a senadora Gleisi Hoffmann.

Também participaram do seminário as diretora do Sindicato Teresa Cristina e Rosane Alaby e as da Fetec-CUT/CN Louraci Morais, Conceição de Maria Costa e Rejane Marques Ferreira.

Mariluce Fernandes com informações da CUT Brasília