MP investiga irregularidades na gestão de Rubem Novaes no BB

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Interferência na auditoria interna, nomeações e campanhas publicitárias são alguns dos itens investigados pelo Ministério Público

Uma reportagem da CNN Brasil informa que o Ministério Público investiga diversas irregularidades que teriam ocorrido na gestão de Rubem Novaes à frente do Banco do Brasil. Novaes e sua diretoria são acusados de interferir na auditoria interna, evitar apurações sobre assuntos sensíveis e não atender recomendações dos auditores, além de interferir irregularmente em nomeações para a Previ, o bilionário fundo de pensão do banco.

O procurador Lucas Furtado usou uma ampla documentação para embasar a representação que apresentou ao Tribunal de Contas da União (TCU), na qual, entre outras medidas, pede a readmissão dos auditores demitidos e a apuração de eventuais irregularidades. A denúncia foi apresentada pouco mais de um mês depois que o Conselho de Administração do banco dissolveu a sua auditoria interna.

Atropelo na Governança

Um dos itens citados pelo MP é a campanha publicitária lançada em 31 de março que tinha o objetivo de atingir o público jovem. O comercial veiculado na TV gerou descontentamento do presidente da república que reclamou do filme, repleto de termos populares na internet e com jovens negros e brancos tirando selfies. Este fato gerou inclusive a destituição do Diretor de marketing à época, além da retirada de circulação da campanha publicitaria ‘Selfie’, por orientação do presidente do Conselho de Administração e sem consulta ao colegiado. A auditoria, nesse caso, foi ignorada.

Projeto Sirius

Além desse fato, há outras situações envolvendo a auditoria do banco. É o caso do Projeto Sirius (associação entre o banco e a empresa suíça UBS Group AG), onde a auditoria sinalizou fragilidades.

Nesse caso não houve menção à preocupação demonstrada pela auditoria sobre o aspecto negocial, com possibilidades de perdas financeiras para o banco.


A conselheira representante dos trabalhadores no CA do BB , Débora Fonseca, afirma que tomou conhecimento dessas matérias pela imprensa e que quando solicitou acesso ao seu inteiro teor no colegiado informaram que não poderiam dar detalhamento sobre o tema porque consideravam que haveria ‘conflito de interesses’, em se tratando de questões que envolviam colegas do BB.


“Sempre pautei minha atuação com bastante assertividade e respeito aos limites legais da minha atuação, exercendo com dedicada determinação o papel que os colegas me confiaram e é assim que permanecerei me portando, por isso continuarei intransigentemente atuando na defesa do BB, no fortalecimento do seu papel para a sociedade brasileira.”

BTG Pactual

Com relação à operação junto ao BTG Pactual, a Caref informou que a transação foi tratada apenas no âmbito do Conselho Diretor e também nunca foi mencionada no Conselho de Administração a intenção da auditoria do caso.

Sindicato fez alerta

“Há tempos o Sindicato tem denunciado o que considera serem graves irregularidades, como foi o caso da censura imposta pelo BB a uma campanha publicitária com vários jovens, alguns deles negros e uma transexual, a assinatura de memorando de entendimentos com o banco suíço UBS, além da venda da carteira de crédito de R$ 2,9 bilhões do banco oficial por R$ 371 milhões ao BTG Pactual, do qual Guedes é sócio fundador”, lembra o presidente do Sindicato, Kleytton Morais.

Da Redação com Contraf-CUT