Moradores se mobilizam contra transformação de área verde em via expressa no Sudoeste

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Preocupados com os impactos ambientais da derrubada de 600 árvores no Sudoeste em razão da construção do viaduto da Estrada Parque Indústrias Gráficas (EPIG), os moradores do bairro e da região reivindicam a intervenção da Câmara Legislativa para que a obra seja paralisada a fim de ser reavaliada e redimensionada.

A obra, considerada de grandes proporções, prevê a construção de um trevo viário entre o Sudoeste e o Parque da Cidade e a transformação da Avenida das Jaqueiras numa espécie de Eixo Rodoviário para trânsito pesado e veloz, com até quatro faixas de rolamento em cada sentido. Quem vive na região entende que o volume de tráfego não justifica tamanha alteração ambiental.

> Petição online elaborada pelo grupo aponta a ausência de estudos de impacto ambiental, de trânsito e de vizinhança, bem como de consulta prévia à população

Na avaliação da responsável pela abertura da petição, Cleide Lemos, além de sofrerem com os efeitos da retirada de centenas de árvores, os moradores não poderão mais caminhar livremente entre as quadras do bairro nem ir ao Parque a pé ou de bicicleta. “É preciso rever o projeto de construção porque, nos termos propostos, a obra prejudicará a qualidade de vida de todos ao destruir um bosque e privilegiar carros particulares, além de representar maior perigo justamente para quem está mais exposto no trânsito: pedestres e ciclistas.”

No texto descritivo da petição, a sociedade civil argumenta que a obra fere o projeto original de Brasília, tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade, pois desrespeita três das quatro escalas do plano urbanístico de Lúcio Costa: gregária, bucólica e residencial. Ela também afronta “a disciplina constitucional da política de desenvolvimento urbano, que tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes”.

Já a moradora e integrante da associação de moradores da SQSW 105 Adriana Herrera reforçou: “Nossa mobilização é para garantir que a obra seja paralisada e o projeto revisto para que as áreas verdes e tombadas da capital sejam preservadas, resguardando o meio ambiente para as gerações futuras e reivindicando ao poder público um urbanismo responsável e transparente, com a substituição de carros nas ruas por outros modais de transporte menos poluentes, mais inteligentes e sustentáveis para nossa cidade”.

Da Redação