Mobilização em Águas Claras cobra dos bancos avanços nas negociações

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As atividades promovidas pelo Sindicato para intensificar a mobilização da Campanha Nacional continuaram nesta quarta-feira (29), dessa vez nas agências de Águas Claras. Os bancários da região se mostraram dispostos à luta, ainda mais após a proposta de reajuste insuficiente feita pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na negociação da terça-feira 28.

 

Para o Comando Nacional, o reajuste de 6% (aumento real de cerca de 0,7%) para todas as verbas salariais proposto pela Fenaban ainda é pouco diante dos lucros dos bancos registrados em 2011 e no primeiro semestre de 2012. Só as cinco maiores instituições financeiras que atuam país lucraram, juntas, R$ 50,7 bilhões no ano passado. Apenas no primeiro semestre de 2012, Itaú, Bradesco e Santander registraram lucro acumulado de R$ 16 bilhões.

 

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“Os banqueiros não têm motivo para estarem preocupados com possíveis reflexos da crise financeira mundial no Brasil, já que os lucros continuam astronômicos. Os bancos estão faturando muito e correspondendo pouco às expectativas dos funcionários. Depois de tanto trabalhar e contribuir para esses resultados, os bancários querem a devida valorização”, argumenta Sandro Oliveira, diretor do Sindicato.

 

Além de conversar com a categoria, o Sindicato também promoveu uma performance com artistas para divulgar o tema da Campanha Nacional dos Bancários 2012 (‘Chega de truques, banqueiro!’). “O nosso personagem, o Mister Mobilização, desvendou alguns truques que os banqueiros fazem com a população e com os trabalhadores para ganhar dinheiro fácil. São metas abusivas, número insuficiente de funcionários trabalhando, pouco investimento em segurança, horas extras não pagas, entre tantos outros itens”, afirma o diretor da Federação Centro-Norte Alexandre Stilben.

 

De acordo com pesquisa do Dieese, com base em dados de 2011, as receitas com prestação de serviços serviços, nos seis maiores bancos, incluindo as rendas com as tarifas bancárias, cresceram 17%, totalizando R$ 75,8 bilhões, acréscimo de pouco mais de R$ 9 bilhões, em relação às observadas no ano anterior, enquanto as despesas de pessoal, no mesmo período, foram de R$ 59,5 bilhões. Ou seja, os bancos podem cobrir a folha de pagamento apenas com o que ganham com as tarifas cobradas dos clientes.

 

Clientes e usuários reclamam melhores condições de atendimento

Durante as visitas nas agências de Águas Claras, os diretores do Sindicato ouviram várias reclamações da população sobre os serviços e o atendimento bancários. Muitos protestavam contra as longas filas e o número insuficiente de bancários para o atendimento. Outros ressaltavam que se sentem explorados com as tarifas e os juros cobrados pelos bancos.

 

O servidor público Geraldo Pedro já enfrentava fila no Itaú antes mesmo de a agência abrir. Ele desabafou: “O serviço de atendimento não é bom nos bancos. Eu acho uma falta de consideração essa demora toda vez que queremos resolver alguma pendência, já que são poucos funcionários para atendimento ao público. Não deveríamos passar por isso, já que os donos dos bancos têm altos lucros”.

 

Os clientes e usuários que se sentirem lesados podem acionar os órgãos de defesa do consumidor ou reclamar nas ouvidorias dos bancos por meio dos números abaixo:

•    Banco Central – 0800 979 2345
•    BB – 0800 729 5678
•    Caixa – 0800 726 0101
•    Bradesco – 0800 727 9933
•    Itaú Unibanco – 0800 728 0728/0800 570 00
•    Procon: 151 e 3212-1500
•    Promotoria de Defesa do Consumidor (Ministério Público): 3343-9550

 

Thaís Rohrer
Do Seeb Brasília