Ministro da Economia diz que vai “vender tudo” em 2020

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Em entrevista pontuada por expressões em inglês, ministro da Economia, Paulo Guedes, reafirma intenção de privatizar todas as estatais

 Big and Bold TargetFast Track, Shutdown. Essas foram algumas das expressões em inglês usadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para tornar mais dourada a pílula amarga a qual pretende submeter o brasileiro no próximo ano, em especial os servidores públicos. Em entrevista à imprensa, ministro não deixa dúvida em relação à privatização: “todo ano eu vou tentar, vai ser possível? Não sei, mas vou tentar. E privatização? Vou vender tudo, essa é a meta!” , publicou o jornal Valor Econômico.

Ao fazer um balanço do ano, a equipe econômica mostrou que as desestatizações atingiram R$ 100 bilhões ante meta de R$ 80 bilhões. O secretário especial de Desestatização, Desinvestimentos e Mercado, Salim Mattar, disse que deve acelerar as privatizações no ano que vem. Segundo ele, após “conhecer o terreno”, vai propor um fast track para as desestatizações, informou o jornal. Ao dizer que vai propor um Fast Track, ou seja, rapidez no processo de privatização, a equipe econômica chama a atenção para a falta de diálogo que marca a atual gestão, sem ouvir os diferentes setores da sociedade.

“A essa ameaça de privatização, teremos que responder com muita mobilização. É preciso explicar à população a diferença em sua vida de uma Caixa 100% pública e uma instituição financeira enfraquecida, sem ativos, sem condições de cumprir seu papel social” afirmou Jair Pedro  Ferreira, presidente da Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa). Ele avalia, contudo, que a força do trabalhador organizado pode vencer grandes desafios. O dirigente lembrou campanhas como a luta pela jornada de seis horas e outros momentos em que a categoria evitou a transformação da empresa em uma sociedade anônima. “Somente unidos conseguiremos vencer a tentativa de desmonte do que é público”, afirmou Jair Ferreira. 

Já para a coordenadora do Comitê em Defesa das Empresas Públicas, Rita Serrano, que também é representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, a posição externada pelo ministro da Economia durante balanço de final de ano é mais uma demonstração de que a população está abandonada pelo atual governo. “A privatização vai piorar as condições de vida do povo. Sabemos que quem tem condições e capacidade para fazer investimentos no país são os bancos públicos, as grandes empresas públicas. Vender e entregar o nosso patrimônio para as multinacionais, grandes corporações, não irá gerar emprego, nem riqueza e sim mais miséria e desigualdade”, critica Rita Serrano.