Mesmo com lucro recorde, Itaú Unibanco continua demitindo

0

Mesmo com lucro recorde em 2011, batendo mais de R$ 10,9 bilhões somente nos primeiros nove meses, o maior do setor, o Itaú Unibanco dispensou no mesmo período mais de 4 mil empregados em todo o país. E a situação continua em 2012. Em Brasília, o Sindicato já efetivou 11 homologações desde o começo do ano.
 
“A maioria dos bancários tem mais de 16 anos de banco e acaba sendo demitido pelo tempo de casa. É um absurdo a pessoa se dedicar a vida inteira a uma empresa e ser demitida sem justificativa”, afirma Louraci Morais, diretora do Sindicato.
 
Pedro*, 42 anos, é um desses bancários. Prestes a completar 20 anos trabalhando no Itaú Unibanco, foi demitido sumariamente no início deste mês. Ele conhece mais alguns colegas de trabalho na mesma situação. O ex-funcionário do banco recebeu a notícia com surpresa, já que não havia registro de queixas sobre seu trabalho.  

“Eu fico chateado diante dessa situação. Me sinto como mais um número para o banco. Se não estavam satisfeitos com meu trabalho, nunca falaram para melhorar, e eu sempre estava em dia com as metas e em raríssimas vezes fiquei licenciado por motivo de saúde. Apesar disso, não fui reconhecido. O banco fala tanto na questão social e faz propaganda sobre isso, mas tem uma postura diferente internamente”, desabafa Pedro.
 
Os sindicatos estão pressionando o banco a acabar com as demissões imotivadas e adotar uma postura de mais respeito com seus empregados. “O discurso do banco nas negociações é outro. Falam da política de realocação dos funcionários e dizem que não ocorrerão demissões, mas os dados mostram outra realidade”, ressalta o diretor do Sindicato Washington Henrique.
 
O Sindicato também está atento à cobrança pelo cumprimento metas, cada vez mais abusivas. A entidade orienta que os funcionários denunciem qualquer tipo de assédio moral. O telefone é 3262-9090.
 
O lucro dos bancos em 2011

tabela_mat_itau-01

**Fonte: Economatica – Lucros de janeiro a setembro 

*Nome fictício para preservar a identidade do trabalhador

Thaís Rohrer
Do Seeb Brasília