Marilena Chaui inaugura espaço Brasília Debate

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A filósofa Marilena Chaui e o professor da UnB Venício A. Lima inauguram no dia 19 de setembro o Brasília Debate, novo espaço que o Sindicato coloca à disposição da categoria para a discussão de idéias sobre os temas relevantes da contemporaneidade. Ele será realizado uma vez por mês, no Teatro dos Bancários, sempre com a participação de intelectuais e personalidades de destaque da vida cultural, política, econômica e social do país.

Para inaugurar o Brasília Debate, o Sindicato escolheu o tema Mídia e Poder, para discutir quem são afinal os meios de comunicação e qual o papel que estão desempenhando — ou deixam de desempenhar — nesse período de construção da democracia brasileira, sobretudo durante o governo Lula.

E para debater esse tema, ninguém melhor do que Marilena Chaui, uma das mais brilhantes intelectuais da atualidade, que está travando uma batalha particular com a mídia, ao se recusar a dar entrevistas, e o professor Venício A. Lima, fundador e pesquisador do Núcleo de Estudos sobre Mídia e Política (Nemp).

Essa discussão sobre a mídia ganhou um novo patamar quando Chaui, há exatamente um ano, divulgou uma carta a seus alunos da USP para explicar por que deixou de dar entrevistas à imprensa. “A mídia está enviando a seguinte mensagem: somos onipotentes e fazemos seu silêncio falar. Portanto, fale de uma vez! É uma ordem, uma imposição do mais forte ao mais fraco. Não é uma relação de poder e sim de força”, diz a filósofa em um trecho de sua carta, que termina assim:

“Vocês já leram La Boétie. Sabem que a servidão voluntária é o desejo de servir os superiores para ser servido pelos inferiores. É uma teia de relações de força, que percorrem verticalmente a sociedade sob a forma do mando e da obediência. Mas vocês se lembram também do que diz La Boétie da luta contra a servidão voluntária: não é preciso tirar coisa alguma do dominador; basta não lhe dar o que ele pede. NÃO FALO. A liberdade não é uma escolha entre vários possíveis, mas a fortaleza do ânimo para não ser determinado por forças externas e a potência interior para determinar-se a si mesmo. A liberdade, recusa da heteronomia, é autonomia. Falarei quando minha liberdade determinar que é chegada a hora, a vez de falar.”