Manifestações por todo o Brasil marcam dia de luta pela democracia e por direitos

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Ao lado de vigilantes e terceirizados (ligados ao Sindiserviços), os bancários, organizados pelo Sindicato, participaram nesta terça-feira (10) do Dia Nacional de Luta em defesa da democracia e dos direitos trabalhistas, somando-se a milhares de trabalhadores em todo o país.

A manifestação teve início logo cedo, às 7h, com panfletagem no Setor Comercial Sul mostrando à população os riscos iminentes com o possível governo Temer, um dos principais articuladores do golpe contra a democracia e que ameaça conquistas sociais.

Para o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, a atividade é apenas o início de uma nova fase de luta e resistência para enfrentar os ataques que a classe trabalhadora já vem sofrendo. “Essa é uma luta de classe, da classe trabalhadora contra a classe empresarial que quer destruir os nossos direitos e conquistas. Querem destruir inclusive toda a legislação trabalhista”, denunciou Araújo.

A mobilização dos trabalhadores foi claramente manifestada durante todo o dia no país inteiro. “Temos nesse ato a unidade entre todos os trabalhadores de banco: bancários, vigilantes e os trabalhadores de asseio e conservação. Estamos alertando esse colegas e toda a população de Brasília sobre a tentativa de golpe que só trará prejuízos à classe trabalhadora”, finalizou o presidente do Sindicato.

Unidade é fundamental

O secretário de Organização e Política Sindical da CUT Nacional e bancário do Bradesco, Ari Aloraldo do Nascimento, participou da atividade a convite do Sindicato. Em entrevista à TV Bancários, Ari afirmou que a Central buscou se articular com o movimento social para somar forças para a luta em defesa da democracia e dos direitos do trabalhador brasileiro.

De acordo com o diretor da CUT Nacional, “neste momento, é fundamental termos unidade para enfrentar esse movimento muito bem articulado pela grande mídia e pelos partidos conservadores. Neste dia, também estamos demonstrando e mandando um recado para o governo golpista: não vamos dar sossego a eles”.

Jacy Afonso, secretário de Formação Sindical da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), também vê na união entre os trabalhadores o único caminho para resistir. “O diálogo entre o movimento sindical e os movimentos sociais garantem mais força à luta. Não só a unidade dos trabalhadores, mas também a solidariedade de categorias são primordiais nesse momento por que o país está passando”, afirma o dirigente sindical, que conclui: “nós somos classe trabalhadora e temos lado. Nosso lado é contra os patrões e contra o golpe”.   

Os cavaletes e cartazes espalhados pelo Setor Comercial Sul denunciaram uma série de projetos em curso no Congresso Nacional que retiram direitos. O PLC 30, que permite a terceirização sem limite, é um dos projetos orquestrados pelo grupo patronal do Congresso que visa precarizar as relações de trabalho.

O PLS 388, substitutivo do senador tucano Aécio Neves (PSDB-MG), pretende acabar com a gestão paritária nos fundos de pensão. A proposta apoiada pelos golpistas é excluir a participação dos trabalhadores nas direções dos fundos de pensão, principalmente os ligados ao movimento sindical. O que está por trás do argumento de Aécio, que diz querer “coibir a influência política nas indicações de dirigentes e para dotar a gestão dessas entidades de maior nível de profissionalismo, é entregar a diretoria executiva ao mercado, privatizando a gestão.

A privatização das empresas estatais, que tramita no Congresso como PLS 555, é mais um dos retrocessos para o país que os golpistas tentam emplacar. O texto sugere que as empresas públicas e sociedades de economia mista sejam organizadas sob a forma de sociedade anônima, com o duvidoso argumento de dar “mais transparência” às gestões.

Através do projeto do vice-presidente Michel Temer, não restam dúvidas de que o plano de privatizar estatais e, entre elas, os bancos públicos, volta a ser pauta de discussão. Depois do Ponte para o Futuro, programa do PMDB que prevê retirada de direitos trabalhistas, o Temer anuncia o Travessia Social, projeto a ser implementado caso o Senado Federal decida pelo afastamento da presidenta Dilma e o peemedebista assuma a Presidência da República.

Um dos principais enfoques do plano é a defesa da privatização. “O Estado deve transferir para o setor privado tudo o que for possível em matéria de infraestrutura”, diz trecho do documento.

Temer também já anunciou que pretende fazer uma auditoria nas contas dos bancos públicos – Caixa, Banco do Brasil, BNDES, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia. Essa mesma proposta constava no programa de Aécio Neves, candidato do PSDB derrotado nas eleições de 2014.

Cultura pela democracia

O Coletivo d@s Artistas em Defesa da Democracia participou do ato com música e poesia das 12h às 14h. O diretor do Sindicato e músico, Kleytton Morais, destacou a importância da cultura para a luta pela manutenção dos direitos e da democracia no Brasil.

“É por meio do engajamento dos artistas que também podemos romper essa cortina fascista que a grande mídia tem colocado para a população, dificultando o diálogo e o entendimento sobre a gravidade desse momento. Nesse sentido, os artistas de Brasília têm feito um trabalho fundamental de discussão sobre os ataques aos direitos do povo brasileiro”, pontuou Kleytton.

As apresentações culturais foram intercaladas por falas dos dirigentes do Sindicato dos Bancários, dos Vigilantes e do Sindiserviços.

 Da Redação