Manifestação no Setor Comercial Sul cobra mais empregos e fim da rotatividade

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Bancários de todo o país realizaram nesta segunda-feira 13 o Dia Nacional de Luta pelo Emprego. As manifestações já são uma resposta dos trabalhadores ao descaso com que os banqueiros trataram as reivindicações dos bancários na primeira rodada de negociações da Campanha, realizada no dia 7 passado.

 

Em Brasília, o tema da Campanha deste ano, ‘Chega de truques, banqueiro!, foi o gancho utilizado pelo Sindicato durante protesto realizado no Setor Comercial Sul (SCS) para denunciar à população os problemas enfrentados pela categoria: demissões em massa, alta rotatividade, achatamento salarial e péssimas condições de trabalho.

 

Além da distribuição de panfleto, apresentações culturais foram uma ferramenta adicional utilizada para alertar a população a respeito desses e outros truques dos banqueiros que também dizem respeito aos clientes e usuários, como a insegurança nas agências, a cobrança de tarifas e juros exorbitantes e a precarização do atendimento. As apresentações do mágico e ilusionista Hermann do Brasil, dos repentistas Zé de Lima e Francisco de Assis e do músico João Filho, do Meia Boca Band, mostraram tudo isso de forma lúdica.

 

“Os banqueiros exploram com juros e tarifas altíssimos e nem sequer recompensam a clientela, que ainda fica na corda bamba das dívidas”, lembrou o diretor do Sindicato Eduardo Araújo, se dirigindo às dezenas de pessoas presentes. “Apesar das sucessivas quedas, o Brasil ainda tem a terceira maior taxa de juros reais no mundo, de 2,3% ao ano”, denunciou.

 

O mágico Hermann do Brasil apresentou um número para simbolizar como os contratos assinados pelos clientes, em empréstimos, por exemplo, se transformam em dinheiro para os bancos. Em outro momento, o mágico se utilizou de argolas para mostrar o emaranhado em que os clientes se envolvem quando adquirem dívidas a juros escorchantes.

 

Eduardo também lembrou da alta rotatividade de mão de obra no setor bancário. Pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que, entre janeiro e junho de 2012, os bancos contrataram 23.336 empregados e desligaram 20.986. A remuneração média dos admitidos foi de R$ 2.708,70 e a dos desligados, de R$ 4.193,22, o que representa uma diferença de 35,40%. “Os bancos dizem que geram emprego, mas na verdade demitem para contratar com salários menores. A população precisa saber desse truque perverso dos banqueiros”, complementou Antonio Eustáquio, diretor do Sindicato.

“Demissões significam também sobrecarga de trabalho para quem fica, o que resulta no surgimento de doenças físicas e também psicológicas, em níveis epidêmicos”, destacou Rosane Alaby, secretária de Imprensa do Sindicato.

 

“Hoje fizemos mais uma atividade da Campanha que mostrou a nossa mobilização e apresentou as reivindicações da categoria que são importantes também para a população. Nosso objetivo maior é a busca de uma sociedade mais igualitária e justa”, resumiu a diretora do Sindicato e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) Fabiana Uehara.

 

Thaís Rohrer
Do Seeb Brasília