Teatro dos Bancários é palco do lançamento do filme ‘O Complô’, uma trama entre banqueiros, a grande mídia e alguns políticos ‘velhos’ conhecidos

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O Teatro dos Bancários ficou lotado na noite do dia 1º de março, quando sediou o lançamento nacional de “O Complô”, documentário baseado no livro homônimo do deputado federal constituinte Hermes Zaneti e dirigido pelo cineasta Luiz Alberto Cassol.

Após a exibição do documentário, de 22 minutos, disponível aqui, houve um momento de interação com a plateia para tirar dúvidas e debater o filme. Participaram da mesa, o autor Hermes Zaneti; o diretor Luiz Cassol; a deputada federal Erika Kokay (PT/DF); Roseli Faria, analista de Planejamento e Orçamento; Heleno Araújo Filho, presidente da CNTE; e Cláudio Antunes, diretor do Sinpro/DF. O livro pode ser lido aqui.

O Complô

O filme revela os seus impactos da gestão da dívida pública sobre o cotidiano da população brasileira e destaca como o sistema financeiro e seus agentes políticos sequestraram a economia do país.

Há no centro da trama um resgate histórico desse tema durante a Assembleia Nacional Constituinte e como isso ficou redigido na Constituição de 1988.

“Todos os envolvidos nessa denúncia têm muita coragem. A nossa esperança é de que a mensagem do filme seja levada para o povo brasileiro, e que isso nos ajude a libertar o Brasil do sistema rentista ao qual somos escravos”, destaca Zaneti personagem principal do documentário.

O autor do livro homônimo ressalta que “as pessoas não têm consciência de que são elas que pagam a conta. Metade do orçamento da União é dedicada a juros e encargos da dívida pública. No entanto, quando a gente vê as televisões, rádios e a imprensa falar sobre isso, eles dizem tantos por cento para a educação, tantos para a saúde, tantos para aquilo, tanto para a previdência, especialmente, mas nunca dizem quanto é destinado para o pagamento da dívida pública”.

Zaneti acrescenta que “há um complô nesse sentido de negar ao povo o direito de saber o que é dívida pública e, em especial, que é ele que está pagando. São R$ 7 trilhões e 100 bilhões de dívida, com juros escorchantes de 500, 700% ao ano, que roubam os empregos, acabam com a economia, tudo isso precisa revisado”.

E complementa: “O presidente Lula na liderança desse processo precisa do apoio popular. Não é possível que o menino do Banco Central afronte a autoridade de quem recebeu 60 milhões de votos dos brasileiros para atender aos interesses do povo e não aos interesses do rentismo”.

Diretor do documentário, Luiz Cassol lembrou que foram dois anos e meio trabalhando para que o filme fosse didático e ao mesmo tempo falasse da trajetória de luta de Zaneti na questão da dívida pública e o rentismo. “A ideia é trazer questionamentos de como chegamos até aqui, com um sistema que explora de todas as formas. E, como nós podemos, enquanto sociedade, nos unir para reverter essa situação”, resume.

Democracia plena

“Para que o Brasil atinja de fato uma democracia plena é necessário que a classe trabalhadora estude, se aproprie e se envolva na Discussão da Auditoria da Dívida Pública; pela Regulamentação do Artigo 192 da Constituição; e na Defesa dos Bancos Públicos juntamente com as entidades, pois hoje o Mercado é a maior força política e econômica do país subjugando os interesses sociais e o desenvolvimento do Brasil”, enfatizou o secretário de Finanças do Sindicato, Eduardo Araújo, durante o debate realizado após a exibição do filme, lembrando do seu artigo publicado no www.brasil247.com.br que trata da regulamentação do artigo 192 da CF.