Lançamento da campanha Maio Lilás reitera a importância do movimento sindical

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“Reforçar a unidade entre Ministério Público do Trabalho (MPT) e entidades sindicais”, este foi o entendimento unânime do seminário de lançamento da campanha Maio Lilás, nesta segunda-feira (7). A atividade é uma iniciativa do MPT e visa reforçar o debate sobre liberdade sindical e a importância da organização da classe trabalhadora em defesa dos direitos.

De acordo com Procurador Regional do Trabalho e representante da Coordenadoria Nacional de Promoção da Liberdade Sindical (Conalis) do MPT, João Hilário Valentim, a organização sindical deve passar por um processo de reflexão e reorganização, principalmente, após as mudanças promovidas pela Lei 13.467/2017 – reforma trabalhista –, que entrou em vigor em novembro do ano passado. “A reforma trabalhista ao invés de trazer paz, trouxe inúmeras incertezas para a classe trabalhadora. Por isso, precisamos dar um passo à frente na organização da unidade e liberdade sindical. Só existem negociações justas se houverem entidades fortes. Este é um momento de pensarmos, juntos, alternativas para uma composição plural dos problemas do mundo do trabalho”, explicou.

Já a Procuradora do Trabalho, Vanessa Patriota da Fonseca, explicou que o MPT deve ser protagonista para minimizar a precarização das relações de trabalho. “Alegaram que a legislação era obsoleta e que a reforma era necessária. Porém, houve alterações em mais de 100 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. Essa mudança gera retrocesso social de direitos conquistados ao longo de décadas”, esclarece.

A categoria dos Comerciários também participou do lançamento e o presidente da Contracts, Luiz Saraiva, reforçou a necessidade de união da classe trabalhadora. “Esta nefasta ‘DEforma trabalhista’ veio para prejudicar os trabalhadores e por fim há anos de direitos, frutos de muita luta sindical. Ela representa o desmonte nas negociações coletivas de trabalho, dos sindicatos e muitos outros retrocessos que afetam todo conjunto da classe trabalhadora. Precisamos retomar a democracia para termos uma sociedade justa e igualitária”, afirmou.

“Essa reforma é uma injustiça com o povo trabalhador brasileiro. Não é desmontando direitos que vamos avançar. A reforma já está trazendo prejuízos que acertam em cheio as costas do trabalhador. Precisamos reagir”, conclamou a presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Terceirizados no DF (Sindserviços), Maria Isabel Caetano.

Maio Lilás

Durante todo o mês de maio, cada procuradoria regional promoverá atividades especificas da campanha, como a iluminação das sedes da instituição com a cor lilás, entrega da revista em quadrinhos elaborada pelo MPT, que trata de questões relacionadas ao universo sindical e a realização de debates sobre o tema. Além disso, durante evento, foram lançados um vídeo e o site reformadaclt.com.br, que trazem informações para trabalhadores e empregadores sobre as mudanças implementadas com o golpe.

A cor lilás é uma homenagem às 129 mulheres trabalhadoras que foram trancadas e queimadas vivas em um incêndio criminoso numa fábrica de tecidos, em Nova York, em 8 de março de 1857, por reivindicarem salário justo e redução da jornada de trabalho. No momento do incêndio, era confeccionado um tecido de cor lilás.

Fonte: CUT Brasília