Itaú registra lucro bilionário enquanto trabalhadores enfrentam fechamento de agências e pressão por metas

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Em um dia marcado por mobilizações em todo o país, o Sindicato participou, nesta terça-feira (8), do Dia Nacional de Luta dos Bancários do Itaú, denunciando o contraste entre os lucros recordes do banco e as condições precárias enfrentadas por seus funcionários. O Itaú Unibanco registrou um lucro líquido de R$ 11,1 bilhões apenas no primeiro trimestre de 2025, um crescimento de 13,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, esse desempenho financeiro esconde uma realidade de fechamento de agências, demissões e sobrecarga de trabalho. 

Washington Henrique, dirigente da Fetec-CUT/CN, destacou que o lucro bilionário do Itaú tem sido construído à custa do adoecimento e da sobrecarga dos trabalhadores. Ele ressaltou que o banco registrou uma rentabilidade sobre o patrimônio líquido de 23,7% no Brasil, mas os números apresentados pelo movimento sindical mostram uma situação alarmante: 222 agências foram fechadas em 12 meses, o banco perdeu 1,4 milhão de clientes, as agências restantes estão superlotadas e há um aumento significativo de afastamentos por doenças psíquicas devido a metas abusivas e assédio moral. 

Sandro Oliveira, diretor do Sindicato, reforçou que o lucro do Itaú só é possível graças ao trabalho dos bancários, que continuam sendo vítimas de pressão e assédio moral. Ele afirmou que, com um lucro dessa dimensão, o banco tem condições de contratar mais funcionários, parar de fechar unidades e oferecer um atendimento digno à população. Nos últimos meses, 120 unidades foram fechadas, e outras 55 estão em processo de encerramento, muitas delas lucrativas e essenciais para comunidades, especialmente idosos e aposentados. 

Trabalhadores relataram realocações compulsórias sem critérios transparentes. Um bancário, sob anonimato, desabafou que recebeu a notícia do fechamento de sua agência e que não havia vaga para ele na unidade receptora. O banco ofereceu uma vaga em outra cidade, distante de sua residência, e ameaçou demiti-lo caso ele não aceitasse a transferência. 

Diante desse cenário, o movimento sindical reivindica o fim das metas abusivas e das demissões, a contratação de mais trabalhadores, a reabertura de agências essenciais e a garantia de segurança e dignidade para os funcionários. “A luta dos trabalhadores do Itaú ganha força em meio à precarização das condições de trabalho, enquanto o banco continua a acumular lucros históricos. A pressão por mudanças deve se intensificar nas próximas semanas, com novas mobilizações previstas em todo o país”, aponta Edmilson Lacerda, dirigente da Fetec-CUT/CN. 

Da Redação